Lançamento do primeiro foguete privado no Brasil será entre os dias 17 e 22
FAB e operadora sul-coreana definem janela para colocar no espaço cinco satélites a partir da Base de Alcântara. Contagem regressiva será aberta nove horas antes do acionamento dos motores
Militares da FAB trabalham no Centro de Controle da base de Alcântara, que se prepara para lançar, entre 17 e 22 de dezembro, o primeiro foguete privado a partir de solo brasileiro - (crédito: FAB)
A contagem regressiva para o lançamento do primeiro foguete privado a partir de uma base brasileira será aberta entre 17 e 22 de dezembro. O ajuste no calendário de lançamento foi definido nesta semana pelos técnicos da Força Aérea Brasileira (FAB) e da start-up sul-coreana Innospace, responsável pelo foguete Hanbit-Nano, que colocará na órbita da Terra cinco satélites a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.
O passo a passo do lançamento foi explicado, nesta sexta-feira (12/12), por representantes das duas instituições, que trabalham em conjunto para viabilizar a operação, batizada de Spaceward. Na medida em que a data de lançamento vai se aproximando, aumentam o trabalho e a tensão de quem está envolvido no projeto.
Caso as condições previstas se mantenham, o lançamento poderá ser feito a qualquer momento, a partir da próxima quarta-feira (17/12). Conforme explicação dos especialistas que trabalham no CLA, definida a hora exata de lançamento, a famosa contagem regressiva para acionamento dos motores deve ser acionada com nove horas de antecedência. Nesse período, o Centro de Controle da base assume integralmente a coordenação da operação.
“A partir dali, cada sistema opera sob um fluxo coordenado, permitindo decisões rápidas e integradas”, disse, em Alcântara, o chefe da Divisão de Operações do CLA, major Engenheiro Robson Coelho de Oliveira. E não são poucas as etapas que precisam ser cumpridas nesse intervalo de nove horas.
Segundo a FAB, serão feitas verificações sistemáticas em pontos decisórios, conhecidos como “go/no-go” (vai/não vai, em tradução livre), nos quais cada área confirma ou não sua condição operacional. Uma divergência crítica, seja de clima, pressurização, sensores, sistemas de comunicação ou combustível, pode interromper
contagem regressiva
m regressivaA contagem envolve todas as estações operacionais do CLA, como o Centro de Controle, núcleo decisório da missão; Telemetria, que monitora dados de voo em tempo real; Radares, que acompanham trajetória e comportamento do foguete; e Casamata, que coordena o acionamento do Painel de Disparo e ativação da linha de fogo. Qualquer falha identificada em qualquer desses pontos pode levar ao reinício, ao adiamento ou até mesmo ao cancelamento da sequência.
Minutos antes do lançamento, uma nova checagem será feita para monitorar sistemas de controle e disparo, pressão interna dos tanques, linha de fogo, sistemas de ignição, softwares embarcados e as condições meteorológicas (vento, chuva, descargas elétricas). Historicamente, segundo os especialistas, esses fatores são as principais causas de adiamentos em centros de lançamento pelo mundo.
A Innospace foi selecionada em 2020, por meio de chamamento público, para lançar seus foguetes na base de Alcântara. Se a Operação Spaceward for bem-sucedida, o Hanbit-Nano deixará na órbita da Terra cinco satélites e três experimentos, desenvolvidos por universidades e empresas do Brasil e da Índia. O interesse em torno desse lançamento é grande porque, além de ser o primeiro de caráter comercial a partir do território brasileiro, insere o Brasil no bilionário mercado global de lançamentos espaciais, abrindo novas possibilidades de investimento em um setor cada vez mais estratégico.
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