O husky siberiano Scott recebe todos os cuidados para não sofrer hipertermia - (crédito: Arquivo pessoal)
Se você é adepto de cachorros peludos, redobre a atenção, sobretudo, no verão. Adaptadas para climas frios, essas raças, quando criadas em terras brasileiras, exigem cuidados a fim de garantir qualidade de vida para os bichinhos. Caso contrário, os animais podem passar por diversas dificuldades.
Entre os problemas relacionados ao calor, está a hipertermia canina. "Essa condição consiste em um superaquecimento corporal, ou seja, no aumento da temperatura. É uma situação que necessita de intervenções rápidas, podendo levar o animal à morte se não for revertida rapidamente", alerta a médica veterinária Kathleen Brandão.
Adaptados para tolerar climas frios, as raças vulgarmente conhecidas como cães da neve são originárias de vários locais diferentes do mundo. Essas raças, que em suas origens foram expostas a temperaturas muito baixas, têm como principais características em comum a pelagem densa e o maior acúmulo de gordura. "São dispositivos selecionados para que tenham mais resistência ao frio", explica o médico veterinário Luiz Fernando Cury.
Muito conhecidos no Brasil, vários desses animais podem ser vistos por aqui. Entre as raças de neve mais comuns, estão husky, junto com samoieda, ambas advindas da Sibéria, chow chow, originária da China, akita, que vem do Japão, e São Bernardo, da Suíça.
De acordo com Luiz Fernando, hoje, as linhagens que têm sido reproduzidas e vistas com maior frequência no Brasil são um pouco mais tolerantes a climas quentes. "No geral, são linhagens que, por vários anos, já se adaptaram à seleção de um lugar com temperaturas altas", afirma o veterinário. No entanto, os animais ainda têm os dispositivos de resistência ao frio, portanto estão mais suscetíveis a sofrerem com o calor. "Com sofrer, podemos estar nos referindo ao comprometimento do bem-estar do animal a médio e a longo prazo. Ou a um acometimento mais agudo do que isso, quando falamos da hipertermia canina."
Temperatura elevada
A hipertermia canina é um quadro em que o cachorro, submetido a uma situação de calor excessivo, não consegue realizar a autorregulação da temperatura. "Basicamente, o que acontece com esses cães é: por algum motivo eles não conseguem se resfriar, então eles atingem temperaturas corpóreas muito altas", afirma Luiz Fernando.
Diversos problemas podem surgir dessa temperatura corporal muito elevada. "O cachorro pode ter complicações sérias, como convulsões, anemia e desmaio", enumera. De acordo com o médico, a hipertermia é impulsionada pela exposição do animal a temperaturas extremas.
Gabriel Sena
Correio Braziliense