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Mistério alienígena? Bolhas rosadas intrigam agricultores; cientistas explicam
Aparência incomum das "bolhas", descrita como "cachos de uvas pegajosos", chamou tanta atenção que algumas pessoas chegaram a sugerir que o fenômeno seria um indício de presença alienígena
Publicado em 24/07/2025 21:37
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Ovos do caracol-maçã: ameaça chamativa - (crédito: Walter Ishikawa/planetainvertebrados (site oficial))

Nas últimas semanas, moradores da Flórida têm relatado o surgimento de misteriosas bolhas rosadas em rochas, árvores e plantas próximas a rios e lagos. A aparência incomum, descrita como "cachos de uvas pegajosos", chamou tanta atenção que algumas pessoas chegaram a sugerir que o fenômeno seria um indício de presença alienígena.

No entanto, segundo a Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem da Flórida (FWC), a explicação é que trata-se de ninhos de ovos de caracóis-maçã, uma espécie exótica e invasora. De acordo com o órgão, os ovos de coloração rosa intensa pertencem a uma das quatro variedades desses moluscos atualmente presentes no estado.

A variedade mais preocupante é o caracol-maçã-canalizado (Pomacea canaliculata), que se alimenta de uma ampla gama de plantas aquáticas, frutas, vegetais, algas, restos de animais e até ovos de outros caracóis. Por conta do seu impacto ambiental e agrícola, a espécie é considerada uma das piores invasoras do mundo, segundo os especialistas da FWC.

"Na última década, esses seres têm recebido atenção especial devido à sua capacidade de danificar plantações em áreas úmidas por meio da alimentação", destacou um funcionário da comissão.

Além do caracol-maçã-canalizado, a Flórida também abriga outras variedades invasoras, como o caracol-maçã-da-ilha, o caracol-maçã-de-ponta-espinhosa e o caracol-maçã-titã. A proliferação dessas espécies representa uma ameaça direta à biodiversidade local, além de prejudicar a agricultura e alterar o equilíbrio ecológico de áreas úmidas.

No estado existe uma espécie nativa de caracol-da-maçã, cujos ovos são brancos e maiores do que os da espécie invasora. Por isso, a comissão alerta a população para não confundir as duas, evitando a destruição de ovos nativos e incentivando a remoção dos ovos rosados invasores quando possível.

Por Giovanna Sfalsin  Correio  Braziliense

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