Em Imbé, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) tem um setor dentro da sua estrutura que cuida dos alunos de uma maneira especial. O Centro Referencial de Atendimento ao Educando (CRAE) oferta a crianças e adolescentes da rede municipal de ensino apoio psicológico, fonoaudiológico, terapia ocupacional, Atendimento Educacional Especializado (AEE), neuropsicopedagógico e psicopedagógico.
Atendendo aproximadamente 500 alunos semanalmente no turno inverso ao horário escolar, o CRAE tem como finalidade principal o trabalho de forma integrada com as escolas, que identificam eventuais problemas de aprendizagem de alunos e os encaminham para o devido tratamento, acolhendo, escutando e orientando-os de forma humana.
“O CRAE, de forma diária, busca subsídios para um provável diagnóstico ao aluno que foi encaminhado pela escola, uma vez que, obrigatoriamente, estejam matriculados na rede regular de ensino de Imbé, seja na Educação Infantil ou no Ensino Fundamental”, explica o prefeito Ique Vedovato.
Ruth Ruschel, secretaria municipal de Educação, enfatiza que o CRAE é um instrumento precioso dentro da SMED, uma vez que absorve os alunos encaminhados do ambiente escolar, dando a eles um tratamento diferenciado, indo a fundo nas dificuldades das crianças e explorando as suas potencialidades. Essa engrenagem se complementa com os excelentes profissionais que estão ali dentro, em uma equipe composta por cinco psicólogos, dois fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional, psicopedagoga e neuropsicopedagoga.
“O atendimento é exclusivo aos alunos da rede municipal de educação. O encaminhamento é dado pela escola, que observa o aluno, identifica o problema e o encaminha ao CRAE, que investiga e trata o aluno dentro da sua dificuldade”, ressalta a secretária.
Segundo a diretora da instituição, Cristiane Finger, o principal objetivo é atender as crianças e adolescentes que têm alguma limitação impeditiva de desenvolvimento de maneira integral. E é para isso que o CRAE atua em todas as áreas do desenvolvimento – cognitivo, emocional, afetivo e linguagem.
“Entendemos que devemos ensinar o aluno no caminho em que ele deve andar, pois ainda quando for velho, dele não se desviará”, reflete Cristiane. Considerando que as aprendizagens não são apenas conteúdos definidos, mas também aprendizagens de valores, atitudes, costumes e relacionamento, o CRAE organiza sua metodologia para educar e trabalhar, de forma integral, o processo para que a criança cresça de maneira plena, incentivando autonomia ao realizar as atividades de vida diária, ressalta Cristiane.
O CRAE trabalha juntamente com a escola e a família para potencializar e auxiliar na garantia do desenvolvimento efetivo e sucesso no desenvolvimento da criança e do adolescente. Essa parceria é vital para que a criança absorva o tratamento de forma eficaz.
A aposentada Lilia de Souza, moradora de Albatroz, leva seu neto para tratamento no CRAE e percebe o bom atendimento. O menino, tem como diagnóstico médico o laudo de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é frequentador do CRAE, onde faz tratamento fonoaudiológico e psicológico há um ano. Como parte do processo, tudo é trabalhado para o seu desenvolvimento e, principalmente, para não deixar a criança sem estímulo adequado, o que pode gerar retrocesso na aprendizagem. Em casa, o tratamento é continuado.
“Ele tem dificuldades em elaborar frases e palavras, então o tratamento é eficaz nesse sentido, ele desenvolveu consideravelmente a sua fala e a sua articulação”, enfatiza Lilia.
Nesse sentido, Sofia, de oito anos, aluna da escola Manoel Mendes, começou a ser mais independente depois que começou seu tratamento com a psicóloga no CRAE. Evolução na escola e uma melhoria evolutiva também é percebida por Milani Fernandes, moradora do bairro Courhasa e mãe da menina.
“Percebe-se a atenção, carinho e acolhimento que ela recebe nos atendimentos. A psicóloga é extremamente atenciosa e nós notamos a melhora da Sofia a cada sessão”, conclui Milani.
Márcio Sardá/imprensa Imbé.