passada fazem dele o mais grave dos últimos anos, independentemente do tipo de desastre. Em janeiro de 2019, por exemplo, houve uma chuva intensa em Alegrete, que resultou em duas mortes, 1.170 desabrigados e 4.357 desalojados. Esses números, no entanto, ainda estão aquém do efeito destruidor do evento registrado agora em junho.
Ainda de acordo com a pesquisa da SPGG, outros dois eventos chamados ciclone bomba ocorreram em 2020, com uma morte no Rio Grande do Sul. E antes desses eventos, em 2004, ocorreu o furacão Catarina, com 11 mortes, todas em Santa Catarina.
Destaca-se, ainda, a ocorrência de uma microexplosão (downburst), evento vinculado à tempestade, que afetou Porto Alegre em janeiro de 2016, com temporal e ventos de até 119,5 km/h, causando prejuízos públicos de grande repercussão na capital, sem registro de óbitos. O banco de dados do S2iD não registrou esses fenômenos.
Para verificar dados anteriores ao ano de 2003, é necessário consultar outras bases. Uma pesquisa de Bernadete Weber Reckziegel, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresentada em 2007, realizou um levantamento dos desastres desencadeados por eventos naturais adversos no Estado entre 1980 e 2005. Segundo o estudo, nenhum deles causou tantas mortes como o ciclone deste ano.
O estudo cita, ano a ano, as ocorrências de desastres naturais em solo gaúcho. Um dos mais devastadores foi um deslizamento, em Estância Velha, de parte do aterro de uma rodovia, que soterrou duas moradias e provocou a morte de dez pessoas. Em maio de 1997, um vendaval provocou sete mortes na região de Tapejara.
Texto: Juliana Dias/Secom
Edição: Vitor Necchi/Secom