Bombardeio no subúrbio de Kiev teria sido em represália ao naufrágio do navio cruzador russo "Moskva", no Mar Negro. Pentágono informa que dois projéteis ucranianos atingiram a embarcação. Zelensky teme uso de armamentos nucleares
No dia seguinte ao naufrágio do emblemático navio cruzador russo no Mar Negro, a Rússia prometeu intensificar os bombardeios contra Kiev, capital da Ucrânia. O primeiro deles foi contra uma fábrica de mísseis Neptune, com os quais os ucranianos dizem ter afundado o "Moskva". Um funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos afirmou que o navio de guerra russo de 186m de comprimento naufragou após ser atingido por dois mísseis ucranianos, o que qualificou como "grande golpe" para a Rússia. Até agora, Moscou havia dito que o navio foi danificado por um incêndio na quarta-feira, depois que sua própria munição explodiu.
Preocupação
A perda do "Moskva" pela Rússia levou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a considerar que "o mundo inteiro" deve estar "preocupado" com o risco de o seu homólogo russo, Vladimir Putin, pressionado pelos seus reveses militares na Ucrânia, utilizar uma arma nuclear. Zelensky repetiu as declarações feitas no dia anterior por William Burns, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA). "(...) Nenhum de nós pode levar a sério a ameaça nuclear do uso potencial de armas nucleares táticas ou armas nucleares de baixo rendimento", disse ele em um discurso em Atlanta.
"O número e a magnitude dos ataques com mísseis em locais de Kiev aumentarão em resposta a todos os ataques e sabotagens do tipo terrorista realizados em território russo pelo regime nacionalista de Kiev", anunciou o Ministério da Defesa russo. A Rússia também alegou que a Ucrânia bombardeou cidades russas do outro lado da fronteira, acusações que Kiev nega.
"O mundo está em guerra", lamenta o papa
Foi uma celebração em memória do sofrimento de Jesus Cristo, mas também dedicada ao flagelo do povo ucraniano. Durante a Via Crucis noturna, diante das ruínas do Coliseu (acima), em Roma, o papa Francisco pediu a Deus que "onde houver ódio floresça a concórdia". Na 13ª estação da também chamada Via Sacra, o descenso do corpo de Cristo, a enfermeira ucraniana Irina (E) e a estudante de enfermagem russa Albina (D) seguraram a cruz. Neste momento, o pontífice não seguiu a tradição e, em vez de ler um texto sobre o momento, ficou em silêncio. Mais cedo, em entrevista à emissora pública italiana Rai-1, Francisco lamentou: "O mundo está em guerra". "Neste momento, na Europa, esta guerra nos atinge com força. Mas vamos olhar um pouco mais longe. O mundo está em guerra. Síria, Iêmen, e depois pense nos rohingya (muçulmanos de Mianmar), nos expulsos, nos sem pátria. Em todo lugar há guerra", assegurou o papa. "O mundo escolheu — é difícil dizer — o padrão de Caim, e a guerra é implementar o Cainismo, ou seja, matar o irmão", explicou.
Correio Braziliense