(crédito: TIMOTHY A. CLARY / AFP)
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votou uma resolução de condenação à Rússia pela invasão ao território ucraniano
O Brasil condenou a invasão da Rússia na Ucrânia durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), na noite desta sexta-feira (25). A resolução de condenação recebeu onze votos a favor, com três abstenções (Leia 'Como votou cada país') e um voto contrário e definitivo do governo russo, que presidia o encontro e exerceu o poder de veto. Adendo: a palavra "condenar" foi retirada do texto proposto e substituída por "deplorar", uma referência ao Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que prevê um possível recurso à força, também suprimido
O embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Costa Filho, discursou para posicionar o Brasil diante do conflito que preocupa as nações. "A integridade territorial e a soberania [dos países] não são palavras vazias. É nosso dever dar significado concreto a elas", disse diante da cúpula. "Precisamos criar condições de diálogo, buscar espaço para diálogo enquanto garantinmos que a invasão no território soberano seja inaceitável".
Para o embaixador, o mais importante é voltar à negociação entre os países para o fim do conflito. "Precismoa buscar caminhos para a paz na Ucrânia, não recuar nas negociações diplomáticas. As vidas de milhões estão sob ameaça. No fim, a paz precisa prevalecer", defendeu.
Agora, a expectativa é para que o documento seja analisado na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que conta com 193 membros.
Brasil sob pressão
Costa Filho alertou que o mundo vive um momento "sem precedentes" e uma "violação da Carta da ONU". Por isso, segundo o embaixador, o Brasil está "profundamente preocupado" com a operação militar russa e alertou que "uma linha foi cruzada".
A escalada de pressão para que o Brasil manifestasse voto contra a Rússia foi sentida no Itamaraty desde o início do conflito, na última quinta-feira (24/2). Poucas horas antes da reunião, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken telefonou ao chanceler brasileiro para pedir apoio ao documento.