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Fique atento aos sintomas da PIF, doença que é uma ameça aos felinos
ciência
Publicado em 28/11/2021

Paulinho foi diagnosticado com PIF: corrida contra o tempo em busca de tratamento - (crédito: Arquivo pessoal)

Mais comumente chamada de PIF, a peritonite infecciosa felina é uma doença viral que pode ser fatal para os felinos. Não transmissível entre gatos, também não se trata de uma zoonose, ou seja, não é passada para cães nem humanos, mas causa sérios problemas nos bichanos.

A médica veterinária Raísa Gonçalves, da Casa do gato, explica que a PIF é causada pela mutação do coronavírus felino. Esse vírus se instala no intestino dos gatos e pode causar sintomas como diarreia e vômito, que costumam passar rapidamente.

Cerca de 40% a 90% dos gatos podem testar positivo para o vírus entérico, que, em sua forma inicial, não causa a PIF ou problemas graves de saúde nos felinos. Em alguns casos, porém, relacionados à baixa imunidade, esse vírus passa por uma mutação dentro do organismo e se torna o causador da PIF.

Os gatos nos quais o vírus da PIF tende a se desenvolver são filhotes ou idosos, que não têm o sistema imune fortalecido — ou mesmo animais que passaram por alguma doença muito debilitante.

 

Mutado, o vírus consegue sair do intestino e se espalhar pelo organismo, causando inflamações em todos os sistemas em que chega. "É muito importante não confundir o vírus entérico com a mutação que causa a doença. Isso acaba causando uma confusão no diagnóstico", alerta Raísa.

O vírus mutado ataca as células de defesa do animal, que são a linha de frente do organismo para lutar contra infecções, e por elas estarem no corpo inteiro, os sinais se tornam sistêmicos.

Os tipos

Bárbara criou uma conta no Instagram para ajudar no tratamento de Chanel

(foto: Arquivo Pessoal)

 

Bárbara criou uma conta no Instagram para ajudar no tratamento de Chanel

(foto: Arquivo Pessoal)

A PIF pode se manifestar de duas formas, a efusiva, também chamada de úmida, e a não efusiva, conhecida como seca. A veterinária Isabela Lacerda ensina que, na primeira, e mais fácil de diagnosticar, o animal sofre com o acúmulo de líquidos nas cavidades torácica e abdominal.

"A efusiva tem essa característica porque a inflamação ataca os vasos sanguíneos, e a circulação não acontece corretamente. Então, esse líquido acaba extravasando para as cavidades", explica a veterinária. Entre os sintomas perceptíveis estão aumento de volume no abdômen, barriga inchada e dificuldades respiratórias.

Na forma seca, não acontece o acúmulo de líquidos, mas surgem lesões granulomatosas em todos os órgãos afetados pelo vírus. Porém, os sintomas são muito inespecíficos, outro aspecto que dificulta o correto diagnóstico. Nesse caso, alterações neurológicas estão muito presentes. A uveíte, inflamação nos olhos, é um dos primeiros sinais que chama a atenção dos veterinários para a possibilidade de PIF. 

 

Alguns dos sinais que os tutores precisam ficar atentos nas duas formas da doença são perda de peso, prostração, alteração no apetite e febre. Mudanças de comportamento também podem ser indicativos de que algo não está bem com o pet. "Em qualquer alteração, é bom procurar um veterinário. Pode não ser nada, mas pode ser algo sério", acrescenta Isabela.

Chanel e Paulinho

Fernanda adotou Paulinho há pouco tempo e descobriu que ele tinha PIF: luta contra o tempo

(foto: Arquivo pessoal)

Há cerca de dois anos, a PIF era uma sentença de morte, mas, recentemente, um novo tratamento começou a ser usado no exterior. No Brasil, os tutores que recebem esse diagnóstico iniciam uma corrida contra o tempo, pois a doença pode matar um animalzinho em cerca de um mês.

Com a ajuda de voluntários gateiros, a realizadora audiovisual Bárbara Pina, 30 anos, e a publicitária Fernanda Maria Siqueira da Silva, 29, passaram a comprar o medicamento para salvar seus gatinhos com PIF, Chanel e Paulinho, respectivamente.

Chanel tem a forma seca da doença. Bárbara descobriu há cerca de um mês, depois de perceber que a gata estava com uveíte. Assustada e com poucas esperanças, começou o tratamento, apesar do alto custo. "Resolvi tentar, pessoas me julgam por gastar tanto dinheiro com um animal. Mas eu sei o valor que a vida tem para mim. Ela é minha companhia e não é só a vida humana que importa. O amor que tenho por ela vale tudo", afirma.

Bárbara criou uma conta no Instagram para Chanel e começou uma campanha de arrecadação para bancar o tratamento. Ela oferece recompensas e trabalhos artísticos em troca.

 

Assim como Bárbara, Fernanda não desistiu da vida de Paulinho. Ela o adotou há cerca de dois meses e foi um baque quando recebeu o diagnóstico da PIF úmida. Depois de perceber a apatia do gato, ela o levou ao veterinário e ele já apresentava muito líquido nas cavidades.

"Não conhecia a doença, entrei em desespero. Já tinha perdido um gatinho este ano e foi muito dolorido. Quando soube que tinha uma chance de salvá-lo, mesmo sendo muito caro, não pude desistir dele e já vemos uma evolução", afirma.

Fernanda também criou um perfil no Instagram e começou uma campanha para ajudar nos custos do tratamento. As tutoras e as veterinárias torcem para que a doença seja mais estudada e que o tratamento passe a ser oferecido no Brasil, diminuindo os custos e as dificuldades.

Quer ajudar Chanel e Paulinho?

Acesse os perfis dos felinos no Instagram:

Chanel - @chanelcontrapif

Paulinho - @paulocontrapif

AC
Ailim Cabral Correio Braziliense 
 

 

 

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