(crédito: Ana Rayssa/CB/D.A Press)
Merck, fabricante do medicamento, emitiu comunicado na última quinta-feira (4) ressaltando que não há nenhuma evidência de que o medicamento combata a doença causada pelo novo coronavírus. Governo indicava uso do remédio em aplicativo lançado mês passado
Farmacêutica responsável pela fabricação da ivermectina, a Merck emitiu um comunicado na última quinta-feira (4/2) afirmando que não existem dados que apontem para a eficácia do medicamento contra a covid-19. A empresa norte-americana ressaltou que não existe base científica para dizer que o medicamento tenha efeito contra a doença, tampouco evidências significativas de eficácia clínica em pacientes com a covid-19.
Como um terceiro ponto, a Merck ressaltou que existe uma “preocupante falta de dados de segurança na maior parte dos estudos” relativos ao uso do medicamento contra a doença causada pelo novo coronavírus. “Nós não acreditamos que os dados disponíveis respaldem a segurança e eficácia da ivermectina além das doses e população indicada nas informações de prescrição aprovadas pela agência reguladora”, pontuou.
A ivermectina é usada no tratamento de infecções causadas por parasitas, como piolho. Entretanto, durante a pandemia, o governo federal, especialmente na figura do presidente Jair Bolsonaro, tem indicado o uso do remédio contra a doença, como um “tratamento precoce”.
No aplicativo TrateCOV, ançado pelo Ministério da Saúde em janeiro deste ano, a medicação era recomendada para pessoas com suspeita covid-19. Já retirada do ar,
a plataforma permitia que qualquer pessoa cadastrasse sintomas e comorbidades e em seguida, sugeria a prescrição de medicamentos como a ivermectina.
Diante das informações replicadas pelo presidente sobre o uso do medicamento contra a covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu em julho do ano passado um comunicado dizendo que
o remédio não possui eficácia comprovada contra a doença.