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Horror em Manaus Colapso na distribuição de oxigênio gera desespero
Brasil
Publicado em 15/01/2021

 

O consumo diário nas unidades está em 78 mil m³, enquanto que a produção da empresa White Martins não chega a 30 mil m³

FOTO: SECOM

Hospitais como o Universitário Getúlio Vargas (HUGV), Fundação de Medicina Tropical de Manaus, e o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do Galileia amanheceram sem oxigênio nesta quinta-feira, 14/01. De acordo com funcionários das unidades, as equipes médicas estão sendo obrigadas a utilizar o método ambu, que consiste no fornecimento de ventilação mecânica por acionamento manual para evitar a morte por asfixia dos pacientes. 

Em visita a Manaus nesta semana, o Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, informou que o Estado está consumindo três vezes mais oxigênio do que é capaz de produzir. A alta demanda ocorre pelo aumento do número de internações de pessoas vítimas da Codiv-19, no Estado.

A médica residente Anne Menezes, em entrevista a um programa em rede nacional, disse na manhã desta quarta-feira, que os médicos estão convivendo em um cenário de guerra. “Pessoas chegam pedindo nosso socorro a todo instante e não podemos mais fazer nada. Nós já não temos mais ventiladores disponíveis, as vagas em UTIs acontecem muitas vezes por óbito, infelizmente. Saber que tem pessoas morrendo neste momento por falta de oxigênio eu não sei descrever esse sentimento", destacou. 

Desespero

Um enfermeiro que trabalha em uma unidade de saúde do Estado, que não quis ser identificado, informou ter chegado ao trabalho nesta quinta-feira, para trabalhar e foi informado por um colega de trabalho que a unidade era um local de tragédia. "Estamos sem oxigênio. Estão morrendo pessoas. O pior, estão morrendo sem oxigênio. Alguns colegas nossos estão chorando nos corredores porque não podem fazer nada. Em menos de 40 minutos, foram sete óbitos", desabafou. 

Áudio do Dr. Luiz Carlos chegou a viralizar pelo WhatsApp. “Getúlio Vargas está sem oxigênio. Se alguém puder ajudar para fazer o revezamento para ambuzar as pessoas no CTI e no 5º andar, por favor, estamos necessitando”, diz.

 

Governo já fala em levar pacientes para outros estados

FOTO: REPRODUÇÃO

Estado

O governador Wilson Lima disse que foi pego de surpresa com a falta do insumo. Ele afirmou que o Estado vinha trabalhando dentro do planejado, quando a empresa fornecedora do material informou que não conseguiria suprir a demanda do Estado do Amazonas.

“Desde a semana passada que o Estado tem feito um esforço grande para completar o oxigênio além do que é produzido aqui em Manaus. O próprio ministro Eduardo Pazuello veio, mas é uma dificuldade muito grande para fazermos o oxigênio chegar às unidades de saúde”, disse Lima.

O consumo diário nas unidades do Estado, hoje, é de 78 mil m³, enquanto que a produção da empresa White Martins não chega a 30 mil m³. 

De acordo com o Governo do Amazonas, aviões das Forças Armadas viajarão todos os dias até Manaus trazendo oxigênio de outros estados ou levar pacientes para outras capitais. 

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