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Presidente da Famurs acredita que a pandemia trará muitos desafios aos novos prefeitos em 2021
Regional
Publicado em 14/12/2020

Em entrevista especial ao Jornal do Comércio na edição desta segunda-feira (14/12), o presidente da Famurs e prefeito de Taquari, Maneco Hassen, destacou questões relevantes para o cenário de 2021, como a reforma tributária, o protocolo de intenções assinado junto ao Instituto Butantan na última semana, e os reflexos da pandemia, que, segundo o presidente, trará inúmeros desafios aos novos prefeitos e prefeitas.

Na conversa, Maneco ressaltou a importância da assinatura do protocolo de intenções junto ao Instituto Butantan, firmado na semana passada em São Paulo, para que haja uma certa prevenção para a aquisição de vacinas contra a covid-19. “O objetivo é fazer a vacina chegar o mais rápido possível à nossa população, seja através do Instituto Butantan, do governo federal ou de outra farmacêutica. Nossa tarefa é pressionar de todas as formas para que a vacina chegue o mais rápido possível”, destacou Maneco, que frisou que a alternativa é um plano B para a omissão que o governo federal vem fazendo frente à pandemia.

A pandemia como maior desafio dos novos gestores

O presidente da Famurs acredita que os novos prefeitos terão inúmeros desafios ao assumir a nova gestão em meio à pandemia, a começar pela transição. “A prefeita ou o prefeito eleito não terá tempo de se acomodar na cadeira, já terá que entrar trabalhando – e muito”. Além disso, o presidente da Famurs acredita que há outros fatores que contribuem para o agravo da situação. “O Estado passa por um período de estiagem, que cria uma situação muito difícil, especialmente no Interior. Como consequência da pandemia e das últimas crises, os municípios terão menos receita no ano que vem. A diminuição da arrecadação com a queda econômica vai afetar diretamente os municípios. Haverá menos receitas e com mais pessoas demandando serviços públicos”, destacou.

Maneco também acredita que o ano será de maior desemprego e pessoas buscando assistência social e serviços de saúde pública. “Além disso, a balança entre despesas e receitas vai estar mais desequilibrada. Os municípios terão dificuldade na captação de recursos, porque, nos últimos anos, tem diminuído gradativamente as possibilidades de captação tanto no governo do Estado quanto no federal. São inúmeros fatores que preocupam a nova gestão”.

Destaque na última semana entre governo e municípios, a reforma tributária segue na pauta da semana. O projeto proposto pelo governador Eduardo Leite vai para votação nesta terça-feira (15/12) na Assembleia Legislativa. Na última semana, a Famurs também firmou posição, após realizar uma pesquisa junto aos prefeitos: 67,42% dos 396 entrevistados apoiam a manutenção.

Para o presidente, “o Rio Grande do Sul não pode abrir mão de R$1,2 bilhão em receita; e os municípios R$800 milhões. Ou seja, (sem a prorrogação das alíquotas majoradas) abriríamos mão de R$2 bilhões de receita no meio desta crise e dificuldade que estamos passando. Não dá para abrir mão dessa receita”. O presidente acredita que o melhor momento para voltar a tratar do tema será no próximo ano, em que não teremos eleições. “Dessa forma, o governo do Estado poderá liderar o processo para construir reformas minimamente consensuadas”, pontuou.

Leticia Costa

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