RS permanece com oito regiões em vermelho no mapa definitivo da 12ª rodada do Distanciamento Controlado
Regional
Publicado em 27/07/2020
Comentários
Mapa da 12ª semana do Distanciamento Controlado após aceitação de recursos encaminhados por prefeituras ou associações - Foto: SPGG
Gabinete de Crise aceitou seis pedidos de reconsideração em relação ao mapa preliminar, divulgado na sexta (24)
Na 12ª rodada do Distanciamento Controlado, o Rio Grande do Sul manteve as mesmas oito regiões da semana anterior em bandeira vermelha. A divulgação foi feita pelo governador Eduardo Leite em transmissão pelas redes sociais nesta segunda-feira (27/7). As bandeiras ficam vigentes a partir da 0h desta terça (28/7) até as 23h59 da próxima segunda-feira (3/8).
No mapa preliminar, divulgado na sexta-feira (24/7), 14 regiões haviam sido classificadas com alto risco epidemiológico. Após analisar 49 pedidos de reconsideração enviados por municípios e associações, o Gabinete de Crise decidiu acatar o recurso de seis regiões, resultando em 12 regiões com bandeira laranja (risco médio).
O mapa definitivo com a classificação de todas as regiões e os respectivos protocolos recomendados podem ser acessados em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br.
Segundo o governador, o fato de aceitar os pedidos mostra que o Distanciamento Controlado é flexível e resistente. Tendo em vista as resistências em todo o país com relação ao distanciamento social, se o governo não tivesse predisposição ao diálogo e para eventualmente reconsiderar as classificações, “estaríamos diante de um modelo que geraria maiores contestações”.
“Está muito claro para nós que o distanciamento tem ajudado até aqui a manter sob controle a capacidade da oferta de leitos diante da demanda que temos para Covid-19 e para outras síndromes respiratórias. Sabemos que as pessoas estão cansadas e que há uma demanda econômica relevante, mas sabemos também que essas medidas de distanciamento estão significando menor circulação de coronavírus e outros vírus, e que estão ajudando a termos se não a redução do número de casos, uma velocidade menor do crescimento. Mesmo que não sejam os indicadores de distanciamento que gostaríamos de ver, são indicadores importantes para mantermos a situação ainda sob controle no RS. E pedimos a todos que sigam reduzindo ao máximo sua circulação”, destacou Leite.
O governo do Estado decidiu acatar o pedido de reconsideração de Bagé e Pelotas, cujo recurso foi encaminhado pelo município para toda a região, e das associações regionais de Cruz Alta, Santa Cruz do Sul, Santa Rosa e Santo Ângelo.
Um dos indicadores que ajudou todas essas regiões a se manterem na bandeira laranja foi a disponibilidade de leitos de UTI para atender pacientes com Covid-19 em todo o Estado, por conta da ampliação que o governo está promovendo em parceria com municípios, hospitais e Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, já foram habilitados 697 leitos – ampliação de 74,7%, totalizando 1.630 leitos UTI adulto SUS.
Graças à maior oferta de leitos, mesmo com o aumento do contágio da doença, o RS passou de 547 leitos livres na semana anterior para 566. “Essa melhoria pesou positivamente no cálculo de risco de todas as regiões, além de indicadores específicos de cada uma que também melhoraram”, explicou o governador (veja ao final a explicação dos recursos deferidos).
O Gabinete de Crise indeferiu os recursos apresentados pelas regiões de Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Palmeira das Missões e Passo Fundo, que permanecem em bandeira vermelha, por terem apresentado alto nível de ocupação dos leitos e de propagação do vírus.
Assim, se juntam a Capão da Canoa, Novo Hamburgo, Canoas e Porto Alegre, que já estavam em vermelho, e seus representantes não apresentaram pedido de reconsideração.
Leite fez menção ao próprio contágio por coronavírus, confirmado na sexta-feira (24/7) pelo exame RT-PCR. Desde que foi diagnosticado como positivo para a doença, o governador está isolado e mantendo os compromissos oficias de modo virtual, sem contato com assessores. Até o momento, teve sintomas leves, como cansaço e dor de cabeça, e está tomando analgésicos comuns.
“Fica muito clara a necessidade do cuidado por parte de todos. Mesmo tomando muito cuidado, acabei, em algum momento, vulnerável a contrair o vírus. Graças aos cuidados que adotamos, a maior parte, senão todas as pessoas ao meu redor não sofreram contágio. Isso é uma boa demonstração de que, com protocolos, podemos ter o funcionamento de muitas atividades. Por isso, rogo a toda a população que siga os protocolos para que possamos diminuir o contágio para reduzir o número de internações. Se a velocidade de internações continuar crescendo, poderemos observar restrições maiores”, alertou Leite.
Regra 0-0
Depois da análise de recursos, o Estado ficou com 252 municípios sob bandeira vermelha, o que corresponde a 63,6% da população gaúcha (7.199.739 habitantes). Desse total, 119 municípios não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento – equivalente a 5% da população gaúcha (565.025 habitantes).
As prefeituras dessas cidades se adequam à chamada Regra 0-0 e podem, portanto, adotar protocolos previstos na bandeira laranja por meio de regulamento próprio. Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, por meio de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja.
RECURSOS DEFERIDOS
REGIÕES (6)
Classificadas previamente em vermelho, as seguintes regiões que permanecerão na laranja pelos seguintes motivos:
• Bagé (pedido municipal para a região): diante da relativa estabilidade em relação aos leitos, da baixa ocupação hospitalar e da boa capacidade do sistema de assistência hospitalar, pela abertura de leitos na região desde o início da pandemia, o governo aceitou o pedido e manteve a região em bandeira laranja.
• Cruz Alta: embora tenha tido piora de três indicadores regionais, foi beneficiada redução da média ponderada pelos indicadores macrorregionais da região Missioneira e do Estado. A capacidade do sistema da região e da macrorregião demonstra relativa estabilidade na capacidade de assistência, com taxas de ocupação controladas. Há, ainda, 2,88 leitos livres por leito ocupado. Vale o alerta: somente nesta segunda (27), foram registrados mais 10 casos e um óbito no município de Cruz Alta, o mais populoso da região.
• Pelotas (pedido municipal para a região): diante da relativa estabilidade em relação aos leitos e à capacidade do sistema de assistência hospitalar, da baixa ocupação hospitalar e da boa capacidade de atendimento, o Gabinete de Crise acatou o pedido e manteve a região em bandeira laranja.
• Santa Cruz do Sul: o governo considerou a estabilidade em relação à capacidade do sistema de assistência hospitalar, da baixa ocupação de leitos e da boa capacidade de atendimento e acatou o pedido, mantendo a região em bandeira laranja.
• Santa Rosa: a região se encontra em situação de relativo conforto em relação à ocupação de leitos na região de Santa Rosa e na macrorregião Missioneira. A condição de capacidade do sistema da região e da macrorregião demonstra relativa estabilidade na capacidade de assistência. Mesmo tendo havido diminuição da relação do número de leitos livres por ocupados na região Missioneira ao longo do tempo – no final de junho eram 7,29 leitos livres por ocupados –, ainda há uma situação confortável com 2,88 leitos livres por ocupados.
• Santo Ângelo: o pedido foi acatado devido à melhoria aparente na região, com manutenção do número de leitos livres, redução do número de confirmados em UTI, número de leitos livres para ocupados ainda em níveis adequados de segurança, número de confirmados em UTI com crescimento pequeno em sete dias na macrorregião e estabilidade no indicador de ativos versus recuperados. A região também tem recebido pacientes de outras macrorregiões, o que auxilia o enfrentamento da epidemia no Estado.
MUNICÍPIOS (4)
• Morro Reuter (região de Novo Hamburgo): contaminação nosocomial (infecção foi adquirida no hospital)
• Arambaré (região de Porto Alegre): registro incorreto de óbito
• São Lourenço do Sul (região de Pelotas): registro incorreto de residência em hospitalização e óbito e contaminação nosocomial (infecção adquirida no hospital) em óbito
• Coronel Bicaco (região de Palmeira das Missões): registro incorreto de hospitalização
RECURSOS INDEFERIDOS
Regiões (4)
As seguintes regiões ficarão em bandeira vermelha:
• Caxias do Sul
• Novo Hamburgo
• Palmeira das Missões
• Passo Fundo
NÃO ENVIARAM RECURSO
Regiões (4):
Permanecem em bandeira vermelha, sem recurso regional:
• Capão da Canoa
• Canoas
• Taquara
• Porto Alegre
Clique aqui e acesse e lista de municípios que se encaixam na Regra 0-0.
Texto: Suzy Scarton e Vanessa Kannenberg
Edição: Marcelo Flach/Secom