Cidade tem a menor taxa registrada em 18 municípios analisados pelo programa RS Seguro
As medidas de prevenção da violência somadas ao isolamento social, estimulado pela Prefeitura de Pelotas desde o início da pandemia do novo coronavírus, estão colaborando com a redução do índice de criminalidade na cidade. Pelotas alcançou a menor taxa registrada de homicídios entre novembro de 2019 e abril deste ano – média de 6,5 vítimas a cada 100 mil habitantes -, entre os 18 municípios analisados pelo Grupo de Gestão Estatística em Segurança (GSeg), do programa RS Seguro.
A prefeita Paula Mascarenhas destaca que o resultado positivo é produto do trabalho de todos os envolvidos no Pacto Pelotas pela Paz. Enquanto os homicídios apresentaram aumento no Rio Grande do Sul no mês de maio – 6% em relação ao ano anterior -, Pelotas está na contramão, potencializando o número de operações de combate ao crime e à violência e reduzindo o número de ocorrências no centro e nos bairros da cidade.
"É com muita satisfação que a gente constata esses dados, agora revelados pela gestão do RS Seguro, de redução significativa dos homicídios e de crimes patrimoniais em Pelotas. Combater os crimes contra a vida é o objetivo número um do Pacto Pelotas pela Paz. Quando nós lançamos o Pacto em agosto de 2017, nós tínhamos um índice de 35 homicídios por por cada 100 mil habitantes e, hoje, constatamos o índice de 6,5. É uma redução de dois terços, uma meta acima do que nós esperávamos e isso é fruto do trabalho dedicado, integrado, inteligente e focado de homens, mulheres e instituições, que vem trazendo esses resultados para Pelotas. Esses dados devem servir para nos estimular cada vez mais a seguirmos em frente", afirmou a chefe do Poder Executivo municipal.
O comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), tenente-coronel Marcio Facin, explica que o GSeg considera três indicadores fixos: Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), roubo a pedestre e a veículo. Além destes, uma quarta variável também é indicada pelos municípios para ser analisada detalhadamente. Em Pelotas, o indicador observado foi o de roubo a estabelecimentos comerciais, que apresentou queda de 32% nos últimos 12 meses.
“No caso do roubo a veículo, a queda não foi maior pois, em janeiro, esse tipo de crime teve variação. Rapidamente nossas estruturas de segurança se mobilizaram e agora esse índice está em queda novamente”, lembrou Facin.
Em Pelotas, se tratando do roubo a pedestre, que em abril deste ano teve marca histórica com o menor registro desde 2003, com queda de 45,31% no primeiro quadrimestre de 2020, parte está relacionado ao isolamento social. “Sabemos que as pessoas tem ficado mais em casa, mas a redução já estava ocorrendo antes da pandemia”, comentou. Quanto aos CVLIs, Facin aponta que o combate a esses crimes foram o embrião do Pacto. Esses crimes já somam 50% de redução, segundo Facin.
Redução em todos os quesitos
Dentre os 18 municípios com maiores taxas de criminalidade e considerados prioritários no âmbito do programa RS Seguro, apenas cinco apresentaram redução em todos os índices, e Pelotas está entre eles.
Para o chefe da Polícia Civil, delegado Marcio Steffens, a redução nos índices de criminalidade, com destaque para o número de homicídios, está diretamente ligada a relação de proximidade entre as forças de segurança pública – Polícia Civil, Brigada Militar e Guarda Municipal – e o Poder Judiciário, através da Vara Regional de Execuções Criminais e o Ministério Público, propiciada pelo Pacto Pelotas pela Paz. “O constante contato permite que as instituições conversem sobre os presos que saem e entram, além do perfil desses apenados”, destacou o delegado.
Ainda, de acordo com Steffens, as Operações Integradas em conjunto com a repressão ao tráfico de drogas – pano de fundo de boa parte dos crimes contra a vida humana - e as ações da Delegacia de Homicídios, colaboram estrategicamente para evitar o crescimento da violência.
Saiba mais
O Grupo de Gestão Estatística em Segurança (GSeg) é liderado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública, e conta com a participação de autoridades de 18 municípios, entre eles Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Rio Grande e Novo Hamburgo. Entre as cidades analisadas, Alvorada é o que possui a média mais alta: 25,2 homicídios a cada 100 mil habitantes.