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Após pressão por cloroquina, Nelson Teich pede demissão
Brasil
Publicado em 15/05/2020

O ministro da Saúde, Nelson Teich, pediu demissão do cargo, nesta sexta-feira (15/5), após ser convocado ao Palácio do Planalto pelo presidente Jair Bolsonaro. O médico e o presidente tiveram divergências sobre políticas públicas em meio à pandemia de coronavírus.

A falta de entendimento sobre o protocolo do uso da hidroxicloroquina no tratamento da covid-19 seria uma das principais motivações para o pedido de demissão. Nos bastidores, Teich teria dito que não quer manchar a própria trajetória como médico para mudar um protocolo.

O debate sobre o uso da cloroquina no tratamento da covid-19 já havia sido ponto de debate entre o ministro e o presidente nesta semana. Uma coletiva de imprensa foi convocada para a tarde desta sexta-feira para explicar os motivos da saída do ministro.

Teich deixa o Ministério da Saúde um dia antes de completar um mês no cargo. Assume em seu lugar, interinamente, o general Eduardo Pazuello, que, quando Teich assumiu, se tornou o número 2 Ministério da Saúde por escolha de Bolsonaro.

Após o encontro com Teich nesta sexta-feira, Bolsonaro se reuniu com a oncologista Nise Yamagushi, defensora do uso da cloroquina e que 

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já havia sido cotada para assumir o ministério.

Esta é a segunda troca de ministro da Saúde em meio à pandemia de coronavírus. Teich havia substituído Luiz Henrique Mandettaque também é médico e divergia da vontade do presidente das ações no combate à pandemia do novo coronavírus. Mandetta se manifestou pelo Twitter pouco após o pedido de demissão se tornar público. "Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé!", escreveu no Twitter.

 

 

Henrique Mandetta @lhmandetta
 
 

Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé!

 
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Pressão e impasse

O impasse começou quando Teich defendeu, na última quinta-feira (12/5), nas redes sociais que o medicamento não tem eficiência comprovada e causa profundos danos colaterais. “Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o “Termo de Consentimento” antes de iniciar o uso da cloroquina”, disse.

Nelson Teich @TeichNelson
 

O @minsaude em 23.03 informou que a cloroquina pode ser prescrita para pacientes hospitalizados (https://bit.ly/3fIcIQe ). O @Medicina_CFM , em 23.04, entendeu a excepcionalidade em que vivemos e possibilitou o uso em outras situações (https://bit.ly/35OtIj7 ).

Nelson Teich @TeichNelson
 

Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o “Termo de Consentimento” antes de iniciar o uso da cloroquina.

 
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O presidente, no entanto, insiste no uso da medicação desde o surgimento dos primeiros sintomas e promete desde o início da semana uma mudança no protocolo do uso do medicamento contra a covid-19. Mais cedo, na saída do Palácio da Alvorada, ele voltou a pressionar o ministro para o uso do medicamento.

“O meu entendimento, ouvindo médicos, é que ela deve ser utilizada desde o início por parte daqueles que integram grupo de risco”, disse. "Se eu for acometido, tomo a cloroquina e ponto final. Eu que decido minha vida", garantindo que não faltará médico para receitar.

 

Isolamento social

A cloroquina não foi o único ponto em que se viu a falta de harmonia entre o ministro e o presidente. A defesa do isolamento social também foi um dos conflitos entre os dois. Na última segunda-feira (11/5), Teich foi surpreendido sobre com a decisão do presidente Jair Bolsonaro, em incluir academias de ginástica, salões de beleza e barbearias no rol de atividades essenciais.

Teich não sabia da decisão do presidente e foi informado pelos jornalistas que o presidente Bolsonaro havia publicado a mudança em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU). Desde o episódio, o ministro da Saúde não participou de nenhuma coletiva de imprensa diária realizada pelo Ministério da Saúde para expor as ações do enfrentamento ao novo coronavírus.

ME Maria Eduarda Cardim RS Renato Souza PS Philipe Santos

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