As aulas em escolas da rede estadual, em universidades e em instituições de ensino públicas e privadas não retornarão na próxima segunda-feira (4/5). A decisão foi anunciada nesta terça-feira (28/4) pelo governador Eduardo Leite em transmissão ao vivo pela internet. A interrupção gradual das atividades de ensino começou em 19 de março. No final daquele mês, a suspensão foi prorrogada até 30 de abril.
"Ainda estamos definindo se o retorno das aulas se dará ao longo do mês de maio ou a partir de junho. Estamos observando protocolos que deverão ser atendidos para que os alunos possam retornar às aulas em segurança. Isso pode exigir a compra de materiais ou equipamentos de proteção, cujos processos de aquisição podem demorar", detalhou o governador.
Para evitar que os alunos da rede estadual sejam prejudicados, foi implementada a metodologia das aulas programadas, envolvendo diversos recursos pedagógicos e tecnológicos os quais as escolas dispõem, incluindo plataformas digitais e aplicativos variados.
O planejamento dos conteúdos e a preparação das dinâmicas pedagógicas, conforme orientação da Secretaria da Educação, são realizados pelos educadores a partir das possibilidades de cada comunidade escolar.
Para manter a carga horária anual dos estudantes, os professores estão utilizando diversos recursos, desde a distribuição presencial de tarefas e materiais didáticos aos pais ou responsáveis pelos estudantes que não têm acesso à internet até a utilização de plataformas digitais e rede sociais, como Facebook e WhatsApp, aplicativos, blogs, jogos interativos e atividades planejadas.
As aulas programadas são atividades escolares, presenciais ou não, previamente elaboradas com base em objetos de conhecimentos já abordados em sala, compreendendo um conjunto de aulas a serem cumpridas pelos estudantes e seus respectivos professores. A entrega das atividades dos alunos será realizada após o retorno das aulas presenciais na rede estadual.
Segmentação regional será anunciada na quinta-feira
O governador Eduardo Leite também anunciou, durante a transmissão ao vivo diária, que a segmentação regional, um dos critérios para a implantação do distanciamento controlado no Estado, será divulgada na quinta-feira (30/4).
"Teremos as divisões em regiões definidas, e o novo decreto, que substituirá o que está vigente, vai contemplar essas regiões", explicou. No entanto, os protocolos para os níveis de risco de cada região serão estabelecidos ao longo da primeira semana de maio.
Até a última sexta-feira (24/4), a sociedade civil foi convidada a contribuir com sugestões para o modelo que está em elaboração. O Executivo recebeu mais de 200 contribuições, todas em avaliação pelo Gabinete de Crise.
Para a implantação do distanciamento social controlado, o Estado será dividido em regiões, de modo que seja possível analisar indicadores, como a ocupação dos leitos de UTI e o perfil da população. Esses indicadores farão com que cada região pertença a uma das quatro bandeiras que evidenciam o risco. Eles serão monitorados constantemente, podendo mudar para restrições mais ou menos rígidas.
A outra divisão leva em consideração os setores econômicos, que serão segmentados em pelo menos 12 setores, para os quais haverá protocolos específicos. "Devemos ter quatro bandeiras de risco e quatro níveis de protocolo para pelo menos 50 atividades econômicas", descreveu Leite.
A previsão inicial era de que a migração para o novo modelo já fosse iniciada no dia 1º de maio, mas o governador ressaltou a necessidade de, além do desenvolvimento da estrutura técnica, reforçar a comunicação, de forma clara, para que as mudanças ocorram com transparência.
Texto: Suzy Scarton
Edição: Vitor Necchi/Secom