Abelhas sem ferrão são a nova atração do local
Referência no Litoral Norte gaúcho, o recanto verde pertinho do mar, que já recebe visita de moradores e escolas de vários municípios durante o ano, tem atraído também veranistas, encantados pela variedade de plantas - para apreciar e também levar para casa.
O viveiro, com área de 5 mil m², abriga mais de 40 mil mudas de 700 espécies nativas e exóticas como butiá, araucária, paineira, nêspera, jambolão, papiro, astrapéia, caferana, acerola e graviola, incluindo grande coleção de plantas suculentas
Entre as espécies ameaçadas de extinção, destaca-se o Pau-Brasil, árvore de madeira nobre, símbolo do país, ameaçada pela exploração portuguesa.
Entre as exóticas está a Melaleuca, planta com importante uso medicinal, nativa da Austrália e tem o tronco diferente, semelhante a EVA.
Conhecendo o Horto - Com agendamento de horário, a visita é guiada pela bióloga do município que vai explicando sobre a importância das plantas, compostagem, problemas relacionados a geração de resíduos, características de determinadas plantas, entre outras peculiaridades.
Sem agendamento de visita guiada o horto recebe também o público em geral, realizando a doação de mudas conforme apresentação do comprovante de pagamento do IPTU, “que é uma forma de recompensa para o munícipe”, explica o Secretário Municipal de Meio Ambiente Gilson Prestes.
Abelhas – Para contribuir na educação ambiental, o Horto Municipal conta, a partir deste ano, com a criação de abelhas sem ferrão (meliponicultura) das espécies jataí e mirim.
Diferente da apicultura, que é o cultivo de abelhas com ferrão da espécie européia - a Apis Melífera - a meliponicultura é a criação de abelhas nativas brasileiras e sem ferrão. Existem mais de 300 espécies no Brasil e no RS são 24 espécies dessas abelhinhas de pequeno porte, que possuem o ferrão atrofiado no abdômen e por isso não podem picar.
A bióloga Aimée Siqueira, da Secretaria do Meio Ambiente explica que as abelhas sem ferrão produzem própolis e mel de altíssima qualidade, e cada espécie possui um mel específico variando a textura, o sabor, o aroma, a cor, a acidez, entre outras características. Também possuem poder medicinal, mas seus benefícios vão além: Por serem nativas brasileiras, possuem um aparelho bucal especializado em polinizar um número muito maior de plantas nativas que as abelhas africanas. A polinização gera frutos e folhas de mais qualidade, sementes mais numerosas e padroniza o crescimento da planta cultivada, o que facilita na hora da colheita. Ou seja, além dos benefícios diretos (produção de mel e própolis), o benefício indireto gerado para a agricultura e agrofloresta é o grande potencial dessas abelhas.
“Infelizmente essas espécies estão ameaçadas de extinção, mas a boa notícia é que elas são muito fáceis de cultivar em casa, mesmo por pessoas que apenas se interessam como hobby, pois elas são muito mansinhas”, enfatiza a bióloga.
Horto Municipal de Balneário Pinhal
Localização: Esquina das ruas José Orlando de Freitas e Rua da Amizade
Atendimento: Segundas, quartas e sextas feiras das 8 às 12h e das 13h às 17h
---------------------------------------
Prefeitura de Balneário Pinhal
Jornalista - Salete Teixeira
Fotos: Matheus Betat