Numa década, entre 2009 e 2018, o conflito armado no Afeganistão causou a morte de 6,5 mil crianças e deixou 15 mil feridos.
"Milhares [de crianças] perderam os seus direitos básicos a ter um lar, uma família, educação de qualidade, cuidados médicos, segurança e proteção, e milhares pagaram o preço mais alto, as suas vidas", afirmou o porta-voz do Unicef em Cabul, Alison Parker.
"É uma tragédia, mas podemos acabar com ela se trabalharmos juntos para isso", acrescentou.
"Queremos fazer soar o alarme, pedir às partes em conflito que cumpram as suas obrigações relativamente à lei internacional dos direitos humanos (...) e deixem de atacar escolas e centros de saúde", completou Parker.
No ano passado, as Nações Unidas registraram 162 ataques contra escolas, hospitais e seus trabalhadores.
No mesmo ano, a ONU também contabilizou 44 incidentes nos quais a guerra impediu que ajuda humanitária fosse entregue às comunidades necessitadas.
A violência afeta diretamente os afegãos mais jovens, muitos dos quais só conheceram a guerra durante as suas curtas vidas, mas o país tem outros problemas: pobreza, pessoas deslocadas internamente e uma falta geral de serviços públicos.
Para a porta-voz do Unicef, "altos níveis de pobreza tornam as crianças mais vulneráveis à violência, a abusos, a negligência, ao recrutamento por grupos armados e a várias formas de exploração, desde o casamento infantil ao trabalho forçado".
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Por RTP (emissora pública de televisão de Portugal) Cabul