programa da televisão francesa sobre o G7 no mês passado o presidente francês, Emmanuel Macron, criticou o presidente Jair Bolsonaro diante de outros líderes em um almoço. Veja acima.
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, dirige-se ao chefe de estado francês em um almoço após o pronunciamento em que Macron disse esperar que os brasileiros tenham "um presidente que se comporte à altura".
Esse discurso foi uma resposta a um comentário de Bolsonaro em uma foto postada por um de seus seguidores no Facebook a respeito da sua mulher, Brigitte.
"Claro, eu tinha que reagir. Você entende [que eu tinha que reagir]?", pergunta o francês.
Macron continua: "Eu queria ser muito pacífico, ser construtivo com ele e respeitar a sua soberania; tudo bem. Mas eu não posso aceitar isso".
A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, que estava ouvindo a conversa, balança a cabeça e concorda com o presidente francês.
"Você sabe o que ele fez quando o meu ministro das Relações Exteriores foi ao país dele?", prossegue Macron, ainda falando com Piñera.
"Ele deveria recebê-lo e cancelou no último minuto para cortar o cabelo. E filmou a si mesmo. Desculpa, mas isso não é atitude de um presidente", completa o francês.
Macron se referia ao cancelamento de uma reunião que Bolsonaro teria com o chanceler francês, Jean-Yves Le Drian, em 1º de agosto. Pouco depois de desmarcar a reunião, o presidente brasileiro fez uma transmissão por rede social enquanto cortava o cabelo e criticou o ministro: "O que ele veio tratar com ONG aqui? Quando fala em ONG, já nasce um alerta na cabeça de quem é que tem o mínimo de juízo", afirmou Bolsonaro.
A relação entre Bolsonaro e Macron piorou quando o presidente francês disse em redes sociais que discutiria as queimadas na Amazônia durante a reunião do G7 em Biarritz e chamou a questão de "crise internacional". A declaração desencadeou em uma troca de farpas entre os dois chefes de estado. Veja cronologias abaixo.
22 de agosto: após a publicação de Macron, Bolsonaro diz lamentar que o francês "busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil" para "ganhos políticos pessoais".
23 de agosto: a Presidência da França acusa Bolsonaro de mentir no encontro do G20 no Japão, em junho, ao minimizar as preocupações com o a mudança climática. O governo Macron se opõe ao acordo Mercosul–União Europeia.
25 de agosto: líderes do G7 concordam em ajudar países afetados por incêndios na Amazônia "o mais rápido possível", anuncia Macron.
26 de agosto: Bolsonaro critica oferta de ajuda à Amazônia feita pelo G7. "Será que alguém ajuda alguém – a não ser uma pessoa pobre, né? – sem retorno? [...] O que que eles querem lá há tanto tempo?", questionou.
26 de agosto: Macron diz que pode considerar um status internacional para a Amazônia caso um "Estado soberano" tome de "maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta.
27 de agosto: Bolsonaro exige que Macron "retire insultos" e volte atrás na declaração sobre soberania na Amazônia para que aceite conversar sobre ajuda oferecida pelo G7.
fonte g1