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Os desmatamentos e o fogo das imagens de satélites do Inpe não deixam dúvidas de que a devastação da floresta provoca uma grande crise climática no Brasil (Imagem em 19 de ago
Publicado em 22/08/2019 21:15
Regional

Manaus (AM) – O primeiro semestre do ano de 2019 foi marcado por altos índices dos desmatamentos e queimadas na Amazônia Legal. Boa parte da população brasileira ainda questiona os dados revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) diante da política de negação, propagada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que a devastação da floresta não causa sérias alterações climáticas no Brasil e no planeta. Mas um fenômeno que aconteceu na tarde de segunda-feira (19) chamou atenção de todo o mundo para a real situação em que se encontra a floresta: uma “mega nuvem” de fumaça das queimadas da Amazônia tomou conta do céu de São Paulo.

 

Nesta primeira reportagem sobre as atuais consequências dos desmatamentos e queimadas na Amazônia, a agência Amazônia Real entrevistou diversos especialistas reconhecidos pelos estudos sobre a questão ambiental. O pesquisador do Inpe e colaborador do Programa Queimadas – Monitoramento por Satélite, Alberto Setzer, afirma que a origem da nuvem densa na capital paulista está em dois combinados: a fumaça das queimadas da Amazônia, em especial dos estados do Mato Grosso e Rondônia, com uma frente fria. Contribuíram ainda para o quadro, que não é incomum, segundo ele, a fumaça vinda do Mato Grosso do Sul e de países como Bolívia, Paraguai e norte da Argentina.

 

“Neste período de seca no Brasil Central e Sul da Amazônia, é comum termos um sistema de alta pressão atmosférica, o ‘anticiclone’, sobre a região. Nele, os ventos escoam em sentido anti-horário, e assim a fumaça do Leste da Amazônia vai para o Oeste, juntando-se com a que é emitida pela Bolívia. A fumaça dirige-se, ainda, para o Leste, juntando-se com a do Paraguai e Norte da Argentina. Em seguida, vai para a região Sudeste do Brasil, dirigindo-se para o Oceano Atlântico”, disse Setzer.

 

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