Offline
"Enquanto eu falo, o senhor fica quieto", diz Moraes ao repreender advogado de defesa
O advogado Jeffrey Chiquini tentou por diversas vezes argumentar na tentativa de adiar a sessão desta segunda-feira (14/7) no STF. Ele alegou que recebeu nos últimos dias um grande volume de documentos enviados pela PF e que não teria tido tempo hábil para analisar todo o material
Publicado em 14/07/2025 21:27
Justiça

Na sequência, Moraes voltou a destacar a igualdade no acesso às provas disponibilizadas nos autos, reforçando que a defesa não teria sido prejudicada pelo envio recente de documentos complementares - (crédito: Platobr Nacional)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu o advogado Jeffrey Chiquini da Costa, defensor de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. A intervenção ocorreu nesta segunda-feira (14/7), durante sessão na Corte, após o advogado tentar, por diversas vezes, argumentar na tentativa de adiar o julgamento.

Chiquini insistiu em sua fala a necessidade de suspensão, inclusive, interrompendo o ministro durante o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid. Irritado, Moraes disse: “Enquanto eu falo, o senhor fica quieto”, encerrando a tentativa da defesa de suspender a audiência.

Antes do episódio, Chiquini havia solicitado o adiamento da oitiva de Cid, alegando que recebeu nos últimos dias um grande volume de documentos enviados pela Polícia Federal (PF) e que não teve tempo hábil para analisar todo o material. O ministro rejeitou o pedido de forma direta, afirmando que os documentos não integram o cerne da acusação apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que a suspensão da audiência seria infundada.

Na sequência, Moraes voltou a destacar a igualdade no acesso às provas disponibilizadas nos autos. “Eu analisei todas e espero que todos as analisem”, disse o ministro, reforçando que a defesa não teria sido prejudicada pelo envio recente de documentos complementares.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, depõe nesta segunda-feira em audiência que integra a instrução do processo contra os núcleos 2, 3 e 4 da suposta trama golpista. A PGR já apresentou suas alegações finais referentes ao “Núcleo 1”, composto por Bolsonaro e outros sete réus, apontados como articuladores centrais da tentativa de golpe em 2022. O julgamento será realizado pela Primeira Turma do STF, ainda sem data marcada.

Por Vanilson Oliveira correio Braziliense

Comentários