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Saiba as causas do atraso na 1ª votação do conclave que elegerá novo papa
Se comparado ao tempo da última eleição, ocorrida em 2013, primeira fumaça preta saiu da chaminé da Capela Sistina cerca de 1 hora e 20 minutos mais tarde
Publicado em 07/05/2025 22:16
Vaticano

Fumaça preta sobe da chaminé no telhado da Capela Sistina: cardeais não conseguiram eleger um novo pontífice nesta quarta - (crédito: AFP)

A primeira fumaça preta do conclave, que indica que os cardeais aptos a eleger um novo papa não entraram em consenso em relação à escolha do próximo líder da Igreja Católica, demorou 3 horas e 17 minutos para sair da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira (7/5). De acordo com o jornal italiano Corriere Della Sera, isso representa um atraso de mais de 1 hora em relação ao primeiro dia da última votação, que elegeu Francisco em 2013.

Esperado por estudiosos do Vaticano para aparecer por volta das 14h (no horário de Brasília; 19h, horário local), o primeiro indicativo de que um novo pontífice não havia sido eleito chegou somente às 16h04 (21h04). A fumaça preta surgiu exatas 3 horas e 17 minutos depois do “extra omnes” — momento em que as portas da Capela Sistina são trancadas para que a votação seja iniciada, depois de juramento em que cardeais prometem manter sigilo sobre tudo o que virá a ocorrer durante o processo.

Uma vez que o rito ocorre sob o mais rigoroso segredo, não se sabe o motivo exato de o resultado após a primeira votação ter demorado 1 hora e 20 minutos a mais para sair do que em 2013. Segundo fontes ouvidas pelo Corriere Della Sera, porém, haveria uma série de causas que contribuíram para o atraso, uma delas foi o tempo de duração da fala do cardeal escolhido para fazer a meditação inicial, Raniero Cantalamessa.

O discurso do religioso, que pretendia “ajudar os cardeais a refletir sobre a gravíssima tarefa” que os esperava, teria durado cerca de 45 minutos. Isso teria feito com que o início da primeira votação demorasse um pouco mais do que no conclave anterior.

Outro fato apontado pela mídia italiana foi o da quantidade e da inexperiência dos eleitores. São 18 a mais do que em 2013, os “purpurados”, como são chamados. Eles foram feitos cardeais pelo próprio papa Francisco. Além disso, muitos deles não falam italiano, o que teria “alongado” ainda mais o processo.

Leia também: Veja os horários da fumaça que anunciará o novo papa

Na praça de São Pedro, fiéis chegaram a pensar que a demora poderia ser indicativa de que o pontífice havia sido eleito. O atraso, neste caso, significaria o desenvolvimento dos procedimentos que ocorrem após a eleição — como aceitação e entrada na famosa Sala das Lágrimas, para que o novo líder fosse vestido em branco e apresentado ao público.

Por Lara Perpétuo

Clorreio Braziliense

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