A proposta de substituição foi elaborada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e já recebeu aval técnico da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias e da Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas - (crédito: Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil)
O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciará, ainda em 2025, a substituição gradual do exame de papanicolau pelo teste molecular de DNA-HPV. A principal meta da mudança é ampliar a precisão na detecção precoce do vírus HPV, apontado como o principal causador do câncer de colo do útero.
O novo exame de DNA-HPV será a principal ferramenta de rastreamento para mulheres com idade entre 25 e 49 anos, mantendo a faixa etária das diretrizes atuais. Uma vantagem significativa do teste molecular, em relação ao papanicolau, é a possibilidade de estender o intervalo entre as coletas de três para cinco anos caso os resultados não indiquem a presença do vírus.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em comunicado publicado em 2021, o teste de DNA-HPV possui maior sensibilidade para detectar o vírus em comparação com o Papanicolau. Além disso, a partir de uma única amostra, o novo exame pode identificar a presença do vírus e, em caso positivo, revelar o subtipo.
Essa informação é relevante, pois nem todos os subtipos representam o mesmo risco de desenvolvimento de câncer. Especialistas acreditam que, com a vacinação em larga escala e um rastreamento eficaz, a doença pode ser eliminada em até duas décadas.
A proposta de substituição foi elaborada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) e já recebeu aval técnico da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias e da Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. A implementação definitiva aguarda a aprovação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde.
Autocoleta
Outra novidade da futura implantação do teste DNA-HPV será a possibilidade de autocoleta do material genético para o exame. Essa alternativa, de acordo com o Ministério da Saúde, será oferecida a grupos que enfrentam dificuldades de acesso ao sistema de saúde ou barreiras para realizar o exame tradicional. O novo protocolo ainda incluirá orientações específicas para o atendimento de pessoas transgênero, não binárias e intersexuais.
Por Correio Braziliense