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Anvisa exige retenção de receita para venda de Ozempic e similares
Nova norma busca frear uso desenfreado do remédios, usado principalmente por quem busca emagrecimento rápido
Por Tendência
Publicado em 16/04/2025 23:16
Saúde

De acordo com levantamento do Datafolha, 45% dos usuários do medicamento não tinham prescrição médica. - (crédito: Reprodução/Flickr/chemist4u)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (16/4), uma mudança que promete impactar diretamente a venda de medicamentos análogos ao GLP-1, como Ozempic e Wegovy, amplamente conhecidos pelo uso no tratamento de diabetes tipo 2 e pela crescente procura com fins estéticos, principalmente para emagrecimento.

De acordo com levantamento do Datafolha, 45% dos usuários do medicamento não tinham prescrição médica. - (crédito: Reprodução/Flickr/chemist4u)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (16/4), uma mudança que promete impactar diretamente a venda de medicamentos análogos ao GLP-1, como Ozempic e Wegovy, amplamente conhecidos pelo uso no tratamento de diabetes tipo 2 e pela crescente procura com fins estéticos, principalmente para emagrecimento.

E os números realmente chamam atenção. Segundo o sistema VigiMed, da Anvisa, 32% das notificações de eventos adversos envolvendo substâncias da classe GLP-1 no Brasil se referem a usos que não estão previstos em bula — taxa mais que três vezes superior à média internacional, que é de 10%. Entre as reações mais graves, está a pancreatite, que apresentou índice de 5,9% nos relatos brasileiros, também acima da média mundial, de 2,4%.

Outro dado revelador foi apresentado por Thamires Cappello, pesquisadora do Núcleo de Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (USP). Um levantamento do Datafolha, realizado em fevereiro de 2025, mostra que 45% das pessoas que utilizam esses medicamentos no Brasil o fazem sem prescrição médica. Dentre esse grupo, quase três quartos afirmam nunca ter recebido qualquer orientação profissional. E mais: 56% dos usuários buscam os remédios com o único objetivo de perder peso, mesmo que 37% deles tenham índice de massa corporal (IMC) considerado normal.

O novo regulamento, portanto, busca frear uma corrida desenfreada por soluções imediatistas para o emagrecimento — movimento alimentado por tendências nas redes sociais, onde esses medicamentos vêm sendo alçados ao posto de “milagre em forma de caneta”. Além disso, a própria escassez nas prateleiras virou tema recorrente nas redes e nos consultórios médicos. Segundo a pesquisa, 54% dos usuários relataram dificuldade para encontrar o produto em farmácias.

Por Danandra Rocha

Correio Braziliense

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