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Em carta, Juscelino anuncia demissão em "respeito ao governo e ao povo"
Ministro das Comunicações é suspeito de desvio de verbas parlamentares da época em que era deputado federal. Ele disse que irá se dedicar à defesa das acusações
Por Tendência
Publicado em 08/04/2025 20:24 • Atualizado 08/04/2025 20:25
Política

O ministro Juscelino Filho classificou o indiciamento como uma ação "política e previsível" - (crédito: Kayo Sousa/Flickr)

Após entregar o cargo de ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União) divulgou uma carta, nesta terça-feira (8/4), na qual presta explicações sobre a saída da pasta. Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de participação em um esquema de desvio de emendas parlamentares. Segundo ele, a decisão é baseada em "respeito ao povo ao governo".  

"Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando", disse o ministro, em carta aberta.

Juscelino foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal por supostamente ter aceitado propina pelo desvio de emendas quando era deputado federal, antes de assumir as Comunicações. À época, ele acusou os investigadores de realizarem uma “ação política”.

A investigação envolve dinheiro enviado à cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, onde a irmã dele, Luanna Rezende, também do União Brasil, era prefeita. Na carta aberta, Juscelino diz que "teve o apoio incondicional do presidente Lula", líder a quem admira profundamente e que sempre garantiu "liberdade e respaldo para trabalhar com autonomia e coragem".

A denúncia da Procuradoria foi enviada ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado deve abrir prazo para que os advogados de Juscelino Filho apresentem explicações. 

Juscelino foi indiciado no ano passado pela Polícia Federal por supostamente ter aceitado propina pelo desvio de emendas quando era deputado federal, antes de assumir as Comunicações. À época, ele acusou os investigadores de realizarem uma “ação política”.

A investigação envolve dinheiro enviado à cidade de Vitorino Freire, no Maranhão, onde a irmã dele, Luanna Rezende, também do União Brasil, era prefeita. Na carta aberta, Juscelino diz que "teve o apoio incondicional do presidente Lula", líder a quem admira profundamente e que sempre garantiu "liberdade e respaldo para trabalhar com autonomia e coragem".

A denúncia da Procuradoria foi enviada ao ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado deve abrir prazo para que os advogados de Juscelino Filho apresentem explicações. 

“A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas, e confio plenamente nas instituições do nosso país, especialmente no Supremo Tribunal Federal, para que isso fique claro”, escreveu o ministro.

Leia a carta na íntegra 

Carta aberta

Hoje, tomei uma das decisões mais difíceis da minha trajetória pública. Solicitei ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva meu desligamento do cargo de ministro das Comunicações. Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando.

Nos últimos dois anos e quatro meses, vivi a missão mais desafiadora — e, ao mesmo tempo, mais bonita — da minha vida pública: ajudar a conectar os brasileiros e unir o Brasil. Trabalhar por um país onde a inclusão digital não seja privilégio, mas direito. Levar internet onde antes só havia isolamento. Criar oportunidades onde só havia ausência do Estado.

Tive o apoio incondicional do presidente Lula. Um líder a quem admiro profundamente e que sempre me garantiu liberdade e respaldo para trabalhar com autonomia e coragem. Nunca tive apego ao cargo, mas sempre tive paixão pela possibilidade de transformar a vida das pessoas — especialmente das que mais precisam.

A decisão de sair agora também é um gesto de respeito ao governo e ao povo brasileiro. Preciso me dedicar à minha defesa, com serenidade e firmeza, porque sei que a verdade há de prevalecer. As acusações que me atingem são infundadas, e confio plenamente nas instituições do nosso país, especialmente no Supremo Tribunal Federal, para que isso fique claro. A justiça virá!\

Retomarei meu mandato de deputado federal pelo Maranhão, de onde seguirei lutando pelo Brasil. Com o mesmo compromisso, a mesma energia e ainda mais fé.

Saio do Ministério com a cabeça erguida e o sentimento de dever cumprido. O Brasil está em outro patamar. Estamos levando banda larga a 138 mil escolas, destravamos o Fust — que estava parado há mais de duas décadas — para investimento de mais de R$ 3 bilhões em projetos de inclusão digital, entregamos mais de 56 mil computadores em comunidades carentes, estamos conectando a Amazônia com 12 mil km de fibra óptica submersa e deixamos pronta a TV 3.0, que vai revolucionar a televisão aberta no país.

É esse legado que deixo. E é com ele que sigo, de pé, lutando por justiça, pela democracia e pelo povo brasileiro.

Meu agradecimento a toda a minha equipe, ao presidente Lula, mais uma vez, ao meu partido União Brasil e, em especial, ao povo do Maranhão que me escolheu para ser seu representante na vida pública. Me orgulha muito ser maranhense e poder ter contribuído com meu Estado e meu País.

Juscelino Filho

Por Luana Patriolino

Correio Braziliense

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