María Corina Machado ostenta a bandeira venezuelana durante o ato em Chacao, ao lado de Caracas - (crédito: Juan Barreto/AFP)
A tensão política na Venezuela, à véspera da posse de Nicolás Maduro para um novo mandato, recrudesceu com a detenção momentânea de María Corina Machado. A líder da oposição e vice na chapa de Edmundo González Urrutia, autoproclamado presidente eleito, rompeu 133 dias de clandestinidade e participou de uma manifestação em Chacao, na região metropolitana de Caracas. Pouco depois de discursar e empunhar a bandeira do país, a deputada inabilitada politicamente foi fotografada por um agente da Polícia Nacional Bolivariana, no momento em que deixava o local na garupa de uma motocicleta. De acordo com a oposição, uma operação envolvendo cerca de 20 policiais motorizados e drones interceptou María Corina. Os agentes dispararam contra a motocicleta que a levava, fazendo com que ela caísse no chão, antes de a capturarem.
Cerca de uma hora e meia depois, o Comando Nacional de Campanha de María Corina Machado anunciou a libertação da líder opositora. "Hoje, 9 de janeiro, ao sair da concentração em Chacao, Caracas, María Corina Machado foi interceptada e derrubada da modo que a levava. No incidente, foram disparadas armas de fogo. Durante o período de seu sequestro, foi forçada a gravar vários vídeos e, depois, liberada. Nas próximas horas, ela se dirigirá ao país para explicar os fatos", afirmou a nota publicada na rede social X.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, negou a detenção da adversária de Maduro. "Queriam alarmar toda a Venezuela, mentindo que o governo a havia capturado... Ela está louca para que a capturem", declarou. "Este era o plano dela: dizer que foi capturada, para verem que pode se levantar", acrescentou o número dois do chavismo. Cabello chamou a história de "uma invenção, uma mentira". "Se a decisão fosse prendê-la, já estaria detida. (...) Não mobilizaram as pessoas, precisavam de uma faísca e disseram: a melhor centelha é a prisão de María Corina Machado."
Diosdado Cabello, ministro do Interior e número dois do chavismo: "mentira e invenção" da "louca"
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