O boxe está de luto. Morreu nesta quinta-feira (24/10), em São Paulo, José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, o melhor peso-pesado do país. O lutador sofria de encefalopatia traumática crônica, uma demência pugilista. A doença foi diagnosticada em 2013. A esposa do lutador, Irani Pinheiro, confirmou a informação em entrevista à tevê Record.
Sergipano de Aracaju, Maguila nasceu em 11 de julho de 1958. O pugilista acumulou 85 lutas com um cartel de 77 vitórias (61 por nocaute), sete derrotas e um empate técnico. Dois combates foram históricos com os astros Evander Holyfield e George Foreman.
Fã do brasileiro Éder Jofre e da lenda do boxe Muhammad Ali, Maguila decidiu subir aos ringues depois de assistir a combate em uma tevê em preto e branco no Nordeste. Pela realização do sonho, partiu rumo a São Paulo aos 14 anos para trabalhar como ajudante de pedreiro. O documentário Maguila, de Galileu Garcia, lançado em 1987, contou histórias de combates do lutador pela sobrevivência.
Maguila comia pão com banana para golpear a fome. Morou na carroceria de um caminhão de entulho abandonando na região do Butantã. Em 1979, começou a ver a luz no fim do túnel e a chance de dar uma guinada na carreira. Participou da então tradicional Forja de Campeões treinado por Ralph Zambrano, tio de Éder Jofre.
Quatro anos depois, conquistava o título de campeão brasileiro depois de superar o adversário Waldemar Paulino no Ginásio do Ibirapuera. Ostentou o cinturão até 1995. Ganhou também o título sul-americano em 1984 contra o argentino Antonio Figueroa e reinou na América do Sul durante uma década sempre agressivo com o fortíssimo punho direito.
Marcos Paulo Lima/ Correio Braziliense
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