Até as 16h desta sexta-feira, 455.752 candidatos tinham seu perfis contabilizados no sistema do TSE - (crédito: EBC)
O prazo para candidatura nas eleições municipais de 2024 se encerrou às 19h da última quinta-feira. Para este pleito, mais de 450 mil postulantes a prefeito, vice e vereador foram registrados no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até as 16h desta sexta-feira, 455.752 candidatos tinham seu perfis contabilizados no sistema. Desse número, 15.433 concorrem às 5.569 vagas às prefeituras do país, enquanto 424.793 disputam 58.466 cadeiras nas Câmaras Municipais.
O número é consideravelmente inferior ao registrado nas eleições ocorridas há quatro anos. Naquela oportunidade, mais de 550 mil candidatos entraram na disputa, o que indica que houve uma redução de cerca de 100 mil concorrentes este ano em relação a 2020. Apesar disso, a proporção entre homens e mulheres se manteve. Declararam-se pelo gênero masculino 66% dos postulantes, enquanto 34% responderam ser do gênero feminino.
A faixa etária predominante é entre 35 e 54 anos, que, com 269 mil postulantes, representa cerca de 60% de todos os concorrentes na disputa deste ano. Já entre 55 e 69 anos, 110.553 candidatos foram registrados. Na sequência, são listadas as faixas de 17 a 34 anos (63.046), 70 a 84 anos (12.267) e 85 a 100 anos ou mais (204) — com idade a partir de 100 anos são 24.
Em relação ao grau de escolaridade, 177 mil declararam possuir ensino médio completo, o que representa 39% de todas as candidaturas. Os que têm ensino superior completo representam 28,5%, com 129 mil registros. Já a principal ocupação declarada é a de empresário, com mais de 34 mil postulantes.
Por cor e raça, os negros voltam a ser maioria e são 52,7% dos candidatos: 188 mil pardos (41,3%) e 51 mil pretos (11,4%). Entre os brancos, são 207 mil candidatos, que representam 45,7% de todos os registros. Os indígenas, com 2,4 mil (0,5%), e amarelos, com 1,7 mil (0,4%), completam a lista.
Pela primeira vez, o TSE incluiu na identificação dos candidatos a orientação sexual. Mesmo assim, os dados indicam que 311.880 postulantes optaram por não indicar esse dado, o que corresponde a 68,4% do número total de candidatos a vereadores, prefeitos e vices.
O tribunal também incluiu dados sobre identidade de gênero, que mostraram que 80% se declara cisgênero, enquanto que 20% preferiu não informar. Na relação, 342 candidatos e candidatas optaram pelo nome social nas urnas. É a identidade com a qual o travesti ou o transexual prefere ser chamado.
Na avaliação de Aryell Calmon, sociólogo e mestre em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB) e analista da BMJ Consultores Associados, a redução do número de candidatos é resultado de um conjunto de reformas incorporadas ao processo eleitoral ao longo dos últimos anos. Uma delas é a Cláusula de Barreira, adotada pela primeira vez em 2022, que obrigou a fusão de partidos para que eles pudessem continuar a ter acesso ao financiamento público eleitoral.
"Especialmente para 2024, há a limitação no total de candidaturas disponíveis que os partidos podem lançar ao Legislativo. No todo, essas mudanças tornam o sistema mais restritivo para que os partidos lancem candidaturas efetivamente viáveis e para que a sociedade tenha acesso a nomes com sustentação política e ideológica, e não de ocasião", explica.
O partido com o maior número de candidatos registrados é o MDB, com mais de 43 mil postulantes. Na sequência, figuram PP (39 mil), PSD (38 mil) e União Brasil (36 mil). O PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, terá 35 mil candidatos, enquanto o PT, do atual chefe do Executivo, Luiz Inácio Lula da Silva, terá 29 mil concorrentes. Mesmo com os maiores fundos eleitorais, as legendas que protagonizaram o segundo turno das eleições em 2022 ficaram atrás de siglas do Centrão nas disputas municipais.
Para o cientista político da UnB, os dois partidos dedicam esforços em localidades com maior possibilidade de vitória e impacto nacional. "PT e PL disputam por relevância neste pleito de 2024. Além disso, ceder espaço para os partidos de centro é uma forma de sedimentar alianças estratégicas para o jogo de forças no Congresso Nacional e, no longo prazo, nas eleições gerais de 2026", sustenta Calmon.
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