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Advogado de hacker diz que Delgatti tem provas de encontro com Bolsonaro
Brasília
Publicado em 18/08/2023

Defesa do hacker diz que Delgatti tem provas para apresentar e que "não há dúvidas que Walter esteve com Bolsonaro" - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

Walter Delgatti Neto prestou novo depoimento à Polícia Federal (PF), nesta sexta-feira (18/8). O hacker chegou à sede da corporação, na Asa Norte, em Brasília, por volta de 9h e deixou o local no fim da manhã, perto das 11h30. Na saída, após o depoimento, o advogado do depoente, Ariovaldo Moreira, afirmou ao Correio que a oitiva foi para confirmar as alegações feitas durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigas os atos golpistas de 8 de janeiro.

“Ele apenas reiterou tudo que foi falado ontem durante depoimento na CPMI”, confirmou Moreira à reportagem. Delgatti depôs ontem na CPMI, por cerca de sete horas. Na ocasião, o hacker falou sobre um esquema envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) para fraudar as urnas eletrônicas.

No primeiro depoimento à PF, dado na quarta-feira (16), Delgatti não havia mencionado a participação de Bolsonaro na operação de fraude eleitoral. Depois de revelar essas informações na CPMI, a corporação acreditou haver justificativas para uma nova oitiva, com objetivo de esclarecer possíveis contradições entre o que teria sido falado anteriormente e as afirmações feitas na Comissão.

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Defesa diz ter provas do encontro

Ainda de acordo com a defesa do hacker, Delgatti tem provas para apresentar e “não há dúvidas que Walter esteve com Bolsonaro”. “O Walter já deu todos os esclarecimentos. Ele tem indícios de provas. Com certeza, no Ministério da Defesa, câmeras, imagens, o Walter dando datas, horários, muito provavelmente essa prova será feita”, garantiu o advogado, emendando que não está descartada a possibilidade de uma delação premiada.

Bolsonaro assumiu ter se encontrado com Delgatti

Em conversa com o Correio, nesta sexta-feira (18/8), durante viagem a Goiânia, Bolsonaro assumiu ter se encontrado com Walter Delgatti. O ex-presidente disse que Zambelli levou o hacker até ele e que, naquela época, “procurava ter a certeza de que o sistema é seguro”. “Tanto é que eu o encaminhei para a Comissão de Transparência Eleitoral e a intenção era justamente colaborar com o TSE para que eleição fosse a mais segura possível”, confessou.

“Pelo que eu sei ele ficou lá [no Ministério da Defesa], 15 ou 20 minutos, não foi recebido pelo ministro da Defesa , e sim por alguém da Comissão, foi liberado e, pelo que eu sei, nunca mais voltou lá”, disse Bolsonaro. “O que todo mundo quer é transparência, segurança e que o processo democrático seja perfeito”, completou.

O ex-presidente ainda chamou o hacker de “estelionatário contumaz” e comentou as declarações de Delgatti à CPMI. “Ele está preso e, pelo que eu vi na imprensa, não quer delação premiada. Ele quer entrar no programa de proteção à testemunha, mas quem tá preso não tem programa de proteção”, apontou.

“À tarde, quando o pessoal da oposição começou a inquiri-lo, ele não tocou mais no assunto. Mas ele falou coisas importantes ali, que até 2018 apenas uma pessoa tinha acesso ao código-fonte das urnas. Ele disse que essa pessoa poderia alterar o resultado das eleições”, ressaltou Bolsonaro.

Em depoimento à CPMI, na quinta-feira (17/8), Delgatti revelou um plano em que Bolsonaro teria pedido para ele modificar o código-fonte de uma urna, com o intuito de expor à população, em apresentação que ocorreria em 7 de setembro de 2022, a fragilidade do sistema de votação. O hacker contou que a ideia era alterar as informações para que, quando um eleitor digitasse o número de um candidato, o voto fosse direcionado a outro.

Questionado pelo Correio sobre a inclusão de Delgatti no programa de proteção à testemunha, conforme foi defendido por parlamentares durante a CPMI, Moreira disse que ainda não tem nada concreto sobre isso.

Aline Brito correio Braziliensse

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