(crédito: alter Campanato/Agência Brasil)
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta sexta-feira (24) em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo que mensagens encontradas pela polícia sugerem que existiram "atos preparatórios" para dar um "tiro no dia da posse" do presidente Lula em Brasília, em 1º de janeiro.
George Washington de Oliveira Sousa, preso em dezembro após a descoberta de uma bomba em um caminhão-tanque nos arredores do aeroporto de Brasília, "estava fazendo treino e obtendo instruções de como dar um tiro de fuzil de longa distância", afirmou Dino na entrevista, ao ser questionado sobre a possibilidade de Lula estar "sob uma ameaça real".
Em mensagens encontradas pela polícia, "há um diálogo em que (George Washington) procura informações de qual o melhor fuzil, qual a melhor mira para tantos metros de distância", continua o ministro na transcrição da entrevista feita pelo Estadão.
"Havia realmente atos preparatórios para a execução de um tiro que provavelmente ia ser um tiro no dia da posse" de Lula, conclui Dino.
Lula, 77 anos, venceu o então presidente Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição de outubro de 2022 por margem estreita de 50,9% contra 49,1% dos votos.
Às vésperas do Natal, uma semana antes da cerimônia de posse, um apoiador de Bolsonaro foi preso e acusado de terrorismo por colocar uma bomba -que não chegou a explodir- em um caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília.
De acordo com os investigadores, o homem pretendia "iniciar o caos" e "impedir a instauração do comunismo no Brasil".
A posse ocorreu sob forte dispositivo de segurança, mas Lula e a primeira-dama Janja desfilaram em carro aberto diante do público, como dita a tradição da cerimônia.
Uma semana depois, milhares de bolsonaristas inconformados com a vitória do petista invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes na capital federal.
Agence France-Presse