Uma mulher foi atingida por um tiro na cabeça quando tentava fazer uma selfie segurando uma arma de fogo no domingo, dia 20, em Araras, interior de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a arma, que pertencia a um CAC (colecionador, atirador esportivo e caçador), disparou de forma acidental. A vítima, Eva Cristina Dias, de 36 anos, chegou a ser levada para uma unidade de pronto atendimento, mas morreu nesta segunda-feira, 21. O dono da arma foi preso, pagou fiança e responderá em liberdade por homicídio culposo (sem intenção de matar).
O acidente aconteceu no Jardim José Ometto, em frente à casa de uma amiga da vítima. Segundo o delegado Edgar Albanez, que investiga o caso, o dono da arma mora em Rio Claro, cidade próxima, e se encontrou com Eva em uma festa, na noite de sábado. Na madrugada seguinte, ele e um amigo deram carona para Eva e outra mulher, amiga dela. Quando chegaram à casa da amiga, em Araras, Eva teria insistido para fazer uma selfie com a arma, uma pistola 9 milímetros que estava no carro.
Ela teria descido do veículo com a amiga e os dois homens continuaram no interior do automóvel, segundo a versão dada à polícia. Eva segurava a arma para fazer a foto com o próprio celular quando houve o disparo. O projétil atingiu a têmpora da mulher. Conforme o delegado, tudo indica que a pistola não foi devidamente descarregada. "O dono da arma retirou o carregador, mas não deve ter retirado a munição que estava pronta para o disparo", explicou. Quando o gatilho foi acionado acidentalmente, a pistola não estava travada e disparou.
O dono da pistola, um homem de 30 anos que não teve a identidade divulgada, foi preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberado. Ele vai responder em liberdade por homicídio culposo. O CAC vai responder também por porte ilegal de arma, já que o registro de atirador esportivo, como era o caso dele, permite o porte apenas entre a residência e o estande de tiro.
Conforme o delegado, o homem demonstrou estar pouco familiarizado com o manejo da pistola, que havia adquirido recentemente. A polícia vai investigar se ele comparecia ao estande de tiro e teria recebido o treinamento necessário para obter o registro de CAC. A arma foi apreendida para perícia. O delegado aguarda a conclusão dos laudos da perícia e do Instituto Médico Legal (IML) para concluir o inquérito.
O corpo de Eva foi sepultado na manhã desta terça-feira, 22, no Cemitério Municipal de Araras. Ela deixou três filhos. Abalados, os familiares não quiseram comentar a morte da mulher.
O fato de não ter sido divulgada a identidade do dono da arma impediu que a reportagem fizesse contato com ele ou com sua defesa.
Agência Estado