(crédito: reprodução Twitter/ @Rodrigogaya_)
Segundo o Presidente da Frente, quem está no comando das mobilizações são grupos bolsonaristas que não aceitam o resultado das eleições
Insatisfeitos com o resultados das eleições presidenciais, cuja vitória ficou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caminhoneiros bloquearam rodovias no DF e em pelo menos 11 estados. O movimento divide a categoria.
O presidente da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros e Celetistas, deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), afirmou que a categoria dos caminhoneiros não apoia a mobilização que acontece em alguns estados brasileiros desde a noite deste domingo (30/10), após a derrota do candidato Jair Bolsonaro (PL) na corrida presidencial.
"Essas pessoas que estão fazendo esse movimento de paralisação nas estradas não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos celetistas. São grupos bolsonaristas. Criminosos ideológicos de extrema direita incentivados por pessoas que não aceitam resultado das eleições", afirmou
O parlamentar enviou ofício para o Diretor Geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvanei Vasques, reforçando a posição da Frente Parlamentar dos Caminhoneiros. "A Frente vem esclarecer que tem mantido contato permanente com legítimas lideranças da categoria de todo o país e desde já confirmam que os caminhoneiros, com ou sem seus caminhões, não participarão de nenhum ato antidemocrático nem de ações que atentem contra a legalidade das eleições nem contra a legitimidade das urnas eletrônicas ou de seus eleitos", diz o ofício.
Em nota pública, a Frente parabenizou o candidato eleito à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "A fim de reafirmar o cumprimento com a Constituição e com a legislação brasileira, em preservação dos deveres de respeitar as diversas liberdades e interesses, na construção de diálogo permanente, na confiança que tenho nas legítimas lideranças e representações dos caminhoneiros, reitero o compromisso dos Caminhoneiros com a Democracia e com o Estado de Direito".
Interdições
Desde o fim da apuração dos votos do segundo turno, diversos trechos de rodovias brasileiras começaram a ser interditadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), neste momento são 47 pontos de interdição. Foram registradas manifestações em pelo menos 11 estados e no Distrito Federal. São eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pará, Goiás e São Paulo.
Uma das situações mais críticas é em Santa Catarina, onde, segundo a PRF-SC, são pelo menos 18 trechos bloqueados em cinco rodovias. Em Goiás, segundo a PRF-GO, são três interdições: em Anápolis, Itumbiara e Jataí.
A PRF informou que está monitorando todas as ocorrências e com efetivo para garantir o fluxo viário normal.
Correio Braziliense