Doença viral é endêmica no continente Africano e já foi identificado em 34 países.
O Rio Grande do Sul notificou ao Ministério da Saúde um novo caso que se enquadra como suspeito da Monkeypox . Trata-se de um residente de Porto Alegre, com histórico de viagens a países europeus onde já foi confirmada a doença. O homem de 34 anos passou por atendimento médico semana passada e encontra-se em isolamento domiciliar, apresenta quadro clínico estável, sem complicações e está sendo monitorado assim como seus contatos pelas Secretarias de Saúde do Estado e do Município. Uma amostra já foi coletada e será analisada pelo Instituto Adolf Lutz de São Paulo (IAL/SP). Não há relação de contato dele com o outro caso que já foi confirmado no RS de um residente de Portugal que está em viagem à Capital.
Até o momento, três casos da doença foram confirmados no Brasil: dois em São Paulo e um no Rio Grande do Sul. Além desse novo suspeito no Estado, outros cinco casos suspeitos seguem em investigação no país. No mundo, são quase 1,6 mil casos confirmados em 34 países.
Sobre a doença
A Monkeypox trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome da doença, os macacos não são reservatórios e o surto atual não tem relação com eles.
Os sinais e sintomas duram de 2 a 4 semanas. A manifestação cutânea é do tipo papulovesicular uniforme, a febre tem início súbito e a presença de linfadenopatia (inchaço dos gânglios, popularmente identificado como ínguas) é uma característica clínica importante para distinguir a Monkeypox de outras doenças. Outros sintomas incluem, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, calafrios e exaustão. O período de incubação é tipicamente de 6 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas.
A pessoa de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, apresente início súbito de febre, adenomegalia (inchaço dos linfonodos do pescoço) e erupção cutânea aguda do tipo papulovesicular de progressão uniforme deve procurar um serviço de saúde para avaliação.
O diagnóstico da doença é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. O teste deve ser realizado em todos os pacientes que forem enquadrados na definição de caso suspeito. As amostras estão sendo direcionadas para os laboratórios de referência, que para o Rio Grande do Sul é o Instituto Adolf Lutz de São Paulo (IAL/SP).
Uso do termo "Monkeypox"
Para evitar que haja um estigma e ações contra os Primatas Não Humanos (macacos), o Ministério da Saúde optou e orienta por não denominar a doença no Brasil como varíola dos macacos. Embora tenha se originado em animais desse gênero, o surto atual não tem relação com ele. Apesar do estrangeirismo, uma tentativa de solucionar a situação foi a de usar a denominação dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS): Monkeypox. Segundo a pasta do Governo Federal, isso tem o intuito de evitar desvio dos focos de vigilância e ações contra os animais.