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OMS: sem citar 660 mil mortos, Queiroga destaca ações do governo contra covid
Saúde
Publicado em 23/05/2022

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu as medidas adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia da covid-19, mas ignorou agenda internacional, em discurso à Assembleia Mundial da Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta segunda-feira (23/5).

O ministro da Saúde citou os investimentos brasileiros de US$ 110 bilhões no Sistema Único de Saúde (SUS) e a vacinação de 80% da população brasileira. Entretanto, omitiu das autoridades internacionais os mais de 660 mil óbitos pela doença no país, segundo maior contingente de vítimas no mundo.

“A liberdade, a paz, e o respeito à soberania dos estados. Desde o começo da pandemia da covid-19, o governo do presidente Jair Bolsonaro atuou para preservar vidas, conciliando o equilíbrio econômico e a justiça social”, disse Queiroga.

“O governo do Brasil defende de forma intransigente a vida, desde a concepção”, disse o ministro em seu discurso, fazendo referência à posição contraria ao aborto do governo federal.

As declarações pró-Bolsonaro de Queiroga centraram na ações do governo, ignorando, além das mortes no país, os principais temas da agenda internacional, como a negociação de um novo tratado global contra pandemias. Ele não citou a reforma da OMS nem o debate sobre o regulamento sanitário internacional, e não tocou no tema da guerra na Ucrânia.

Divergências

O pronunciamento de Queiroga divergiu da fala de seu antecessor no pódio, Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. Tedros destacou hoje que os cuidados devem continuar, mesmo com o avanço da imunização em países como EUA, Brasil e na União Europeia. O diretor-geral da OMS lembrou que há um escuro vacinal na África e parte da Ásia, e que isso pode desencadear novos surtos.

“Em muitos países todas as restrições foram suspensas e a vida se parece muito com antes da pandemia. Então acabou? Não, certamente não acabou”, disse Tedros. A OMS destacou que as infecções voltaram a crescer em 70 países.

crédito: Reprodução/YouTube United Nations

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