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Mina terrestre, drone e 'narcotanque': as armas não convencionais usadas por cartéis mexicanos
Internacional
Publicado em 30/03/2022

A morte de um camponês em fevereiro deste ano, depois de pisar sobre uma mina plantada por traficantes em Aguililla, no oeste do México, disparou o alerta sobre o aumento da violência em uma região já afetada, durante anos, pelo fogo cruzado entre grupos rivais.

O incidente registrado no município - bastião do Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG) e onde nasceu seu líder Nemesio Oseguera Cervantes, o "Mencho" - está longe de ser uma ameaça pontual.

Em cerca de três semanas, o Exército mexicano desativou ao menos 250 explosivos caseiros nessa região conhecida como Tierra Caliente (Terra Quente), no que ficou revelado como um autêntico campo minado, para aumentar ainda mais o terror da população local.

As chamadas minas antipessoais, que lembram as táticas adotadas em países com grandes conflitos armados, somam-se ao arsenal dos cartéis mexicanos, que aumentaram seu poder e diversificaram suas armas até contar com muitos armamentos usados por militares e exércitos em guerras.

"O crime organizado agora utiliza minas artesanais em trilhas e drones carregados com explosivos. Então, ou você presta atenção onde pisa ou no que está sobre sua cabeça", diz Gilberto Vergara, padre de Aguililla, resumindo a situação para a BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC.

Em fevereiro, efetivos do Exército foram enviados ao município para tentar recuperar seu controle.

De fato, à medida que a violência aumentou no México, os grupos criminosos adotaram na última década um enfoque cada vez mais militarizado em suas táticas e, sobretudo, em seus armamentos.

Os cartéis, que contavam com antigas armas soviéticas no passado, passaram a utilizar desde fuzis característicos de exércitos em guerra até drones com explosivos de tecnologia mais sofisticada, passando pela fabricação de seus próprios veículos blindados, inclusive submarinos. Agora, também minas improvisadas.

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