Além da pauta do enfrentamento à estiagem, a educação também fez parte das atividades do novo presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Valdeci Oliveira, no primeiro roteiro de compromissos realizado no interior do Estado após a sua posse no cargo. Em Santiago, no Vale do Jaguari, Valdeci participou de um painel com professores, servidores de escola e membros da direção do 29º Núcleo do CPERS, que representa educadores de Santiago, Capão do Cipó. Jaguari, Nova Esperança do Sul, São Vicente do Sul e Unistalda.
Nas diversas manifestações realizadas no encontro, os trabalhadores da educação demonstraram indignação em relação ao resultado prático do projeto do Executivo que previa um reajuste salarial de 32% para a categoria.
Aprovada pela Assembleia Legislativa no final do ano passado, a legislação, na prática, de acordo com os professores e servidores presentes no painel, trouxe resultados quase insignificantes para a maior parte da categoria. Conforme levantamento realizado pelo CPERS, o reajuste de 32% só beneficiou cerca de 15% do magistério gaúcho. Já para grande parte dos professores, o aumento no contracheque, depois de sete anos de salários congelados, foi de cerca de R$ 100. "(O governo) passou à sociedade a falsa sensação de que um grande reajuste foi dado ao magistério, o que, de fato, não ocorreu. Isso precisa ser esclarecido de forma vigorosa", afirmou o diretor geral da unidade, Leandro Wesz Parise, que destacou ainda que os funcionários de escola não foram contemplados pelo projeto.
A desvalorização profissional com o tempo de serviço, a entrada em vigor do chamado “novo ensino médio”, que segundo os participantes do painel ocorre sem planejamento, o desinteresse dos mais jovens em seguir a profissão, o fechamento de cursos de magistério, e a ausência de promoção das classes foram outros pontos abordados no encontro. Nas intervenções finais feitas pelos educadores foi defendida a necessidade de a sociedade ser melhor informada sobre os cálculos utilizados pelo governo do Estado para aplicar um reajuste que beneficiou poucos educadores de forma satisfatória. “Como presidente da Assembleia, seguiremos atuando na defesa da educação pública e na defesa dos prifissionais que nela trabalham. A Assembleia Legislativa é um dos canais de interlocução da sociedade com o governo. Apesar de não termos a caneta na mão, o Parlamento é um espaço de discussão e pressão política. E a educação é um dos debates que precisa ter maior visibilidade. A educação não pode ser avaliada apenas como custo. Educação é investimento, educação é futuro”, disse Valdeci.
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