Apesar dos sucessivos alertas do Ocidente, a Rússia iniciou "exercícios militares e 'verificações de preparação' nos flancos sul, leste e oeste de seu território; no Mar Báltico; na Transnístria (Moldávia), fronteira ocidental com a Ucrânia; e na Crimeira, península anexada por Moscou em 2014. Milhares de soldados, paraquedistas de elite e mísseis balísticos de curto alcance foram usados nas manobras. Uma força naval composta por embarcações russas e chinesas fez simulações conjuntas no Mar da Arábia.No sul da Rússia, 60 caças e bombardeiros participaram das ações. Entre 10 e 20 de fevereiro, tropas da Rússia e da Bielorrússia realizarão manobras conjuntas em terreno bielorrusso. Ontem, o Departamento de Estado dos EUA advertiu à Bielorrússia sobre uma "resposta firme", caso ajude as forças de Vladimir Putin a invadirem a Ucrânia.
Depois de a Casa Branca afirmar repetidas vezes que "todas as opções estão em aberto", o presidente Joe Biden assegurou que "não há intenção" de enviar tropas norte-americanas à Ucrânia. No entanto, tornou a advertir Putin sobre "graves sanções" em retaliação a um eventual ataque à ex-república soviética. "Não há intenção de colocar forças dos EUA ou da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Ucrânia", afirmou o democrata.
Ao ser questionado se consideraria sanções financeiras pessoais contra Putin, Biden respondeu: "Sim, eu veria isso". Na segunda-feira, o Pentágono havia colocado 8,5 mil militares de prontidão, enquanto a aliança militar ocidental reforçou a capacidade militar no Leste da Europa.
Um novo carregamento de armamentos enviado pelos Estados Unidos — mísseis antitanque e lança-foguetes — chegou ontem ao Aeroporto de Boryspil, na periferia de Kiev, capital da Ucrânia. Ao mesmo tempo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, garantiu que a situação está "sob controle" e que não há motivos para pânico. "Proteja seu corpo do vírus, seu cérebro das mentiras e seu coração do pânico", aconselhou.