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Dezembro Laranja: Câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no Brasil
Saúde
Publicado em 19/12/2021

(crédito: Pedro Marra/CB/D.A Press)

Em 2020, foram registrados pelo Inca 176.930 casos e 2.616 mortes devido à doença

O câncer de pele é o tipo mais comum de câncer no Brasil, correspondendo a 33% dos casos no país. Anualmente, são cerca de 185 mil novos diagnósticos da doença registrados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), sendo o melanoma a forma mais agressiva da patologia, responsável por mais de 8 mil casos. Em dezembro, é realizada a campanha nacional de prevenção à doença, conhecida como Dezembro Laranja.

Em 2020, foram registrados pelo Inca 176.930 casos e 2.616 mortes devido à doença. De acordo com a dermatologista Marilu Tiúba, da Clínica AMO, e especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células cutâneas e tem como principal causa a radiação solar excessiva sem proteção.

 

A médica explica que existem dois tipos de câncer da pele: o não-melanoma — que é o carcinoma basocelular, geralmente ocorrente na cabeça ou pescoço, e o espinocelular, que também pode estar relacionado a cicatrizes de queimadura e úlceras que não fecham (os mais comuns) — e o melanoma (o mais agressivo, embora mais raro). Quando detectado precocemente, o melanoma é curável em quase 100% dos casos. Porém, se diagnosticado tardiamente, pode provocar metástase e até óbito.

"O sol emite vários tipos de radiação: a luz visível, radiação infravermelha e a radiação ultravioleta, que se divide em A, B e C. Essa última é completamente filtrada pela camada de ozônio. Já o A e o B conseguem atingir a superfície da Terra", explica o especialista em Cirurgia Microscópica Mohs e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, Alexandre Luiz Weber.

 

Os raios UVA atingem a pele mais profundamente, gerando principalmente o envelhecimento cutâneo, além do aparecimento de alguns tipos de câncer, esclarece o médico. Já os raios UVB, mais curtos, emitidos mais intensamente durante o verão e que atingem a pele mais superficialmente são os principais causadores do tão temido melanoma.

Para identificar os tipos não-melanoma, é necessário ter atenção a lesões que demoram a cicatrizar, sangram com facilidade e/ou com aspecto brilhante na superfície.

"Para o melanoma, uma forma simples e sempre divulgada nas campanhas educativas é a regra do ABCDE, onde avaliamos assimetria, bordas irregulares, variedade de cores, diâmetro maior do que 6 mm e a evolução da lesão", esclareceu Marilu Tiúba.

Vale lembrar que o diagnóstico definitivo só pode ser feito por um profissional, por meio de biópsia.

 

Josimeire Crecci Nunes, fisioterapeuta no HRAN, teve o primeiro melanoma há 15 anos e, desde então, nunca mais se expôs ao sol sem se proteger ao máximo. "Clubes, piscinas, praias, mar, só depois do pôr-do-sol. Uso filtro solar rigorosamente, com fator mínimo 50 e reaplico duas ou três vezes por dia e, mesmo assim, se eu precisar andar uma distância que vá pegar sol, eu uso um guarda-chuva, sempre com roupas de manga longa, para não me expor de nenhuma forma", explicou. Mesmo com todos os cuidados, três novas lesões malignas apareceram.

GC
Gabriela Chabalgoity*Maria Eduarda Angeli*

 

 

 

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