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Filha de Zé do Caixão denuncia médicos da Prevent Senior por negligência
Brasil
Publicado em 23/11/2021

"O médico chefe começou um discurso de que o meu pai tinha 83 anos, comorbidades e que tínhamos que aceitar que ele precisava partir", denunciou a filha de Zé do Caixão - (crédito: Liz Marins/Instagram/Reprodução)

Liz Marins disse que o pai foi retirado da semi-intensiva de maneira precoce: "um médico (...) não deu o atendimento imediato e ficou tentando nos convencer a deixá-lo morrer"

A filha do cineasta José Mojica Marins, Liz Marins, famoso pelo apelido Zé do Caixão, denunciou dois médicos da Prevent Senior por negligência durante o tratamento do pai. Em entrevista à Globo News, Liz Marins ela contou que o pai, morto aos 83 anos em fevereiro de 2020, após uma broncopneumonia, foi retirado precocemente da unidade de terapia semi-intensiva. Além disso, de acordo com o relato de Liz, um dos médicos teria demorado a removê-lo do quarto de volta para a semi-UTI.

“A minha denúncia é contra dois médicos, um que tirou ele da semi-UTI quando ele estava estabilizado, grave, mas estabilizado, e mandou pro quarto e um médico que vendo o meu pai com a saturação despencando no quarto, não deu o atendimento imediato e ficou tentando nos convencer a deixá-lo morrer”, declarou na conversa que foi ao ar na última segunda-feira (22/11).

Antes de falar à TV, a também cineasta havia compartilhado no Facebook um relato detalhado do dia em que Mojica faleceu. “Um dia de caos! E não era ficção, foi o horror da realidade! Até hoje não sei o quanto mais o meu pai teria de tempo de vida se não tivesse ocorrido esta (sem exageros!) tentativa de extermínio”, começou a lembrar no texto.

Sem dar muito detalhes, Liz externou sua consternação e questionou a obrigação ética e contratual dos profissionais que atenderam Mujica. “Qual foi a intensidade da tortura que ele sofreu durante estas intermináveis “poucas” horas? Quantas pessoas não puderam lutar pelos seus entes queridos por simplesmente acreditarem no “juramento médico” de salvar vida”, colocou.

Internação

No mesmo relato, Liz Marins descreve o quadro de saúde do pai. Zé do Caixão estava debilitado por um infarto em 2014. Com apenas 25% dos rins funcionando e dependente de hemodiálise, ele passou cinco meses internado no hospital Incor. De lá, até a internação em 2020, a família coordenou eventos dos quais ele participava e os cuidados diários de saúde. Liz relata que acompanhou todas as internações em UTI e quartos de hospitais durante os seis anos que se passaram e, por isso, estranhou desde o começo o andamento do caso na unidade Sancta Maggiore (Paraíso)

“O estado era grave, mas com estabilidade em níveis basais, (o nível mais baixo aceitável para a manutenção da vida). Contudo, por ordem arbitrária de um dos médicos (não sei se havia outros profissionais envolvidos nesta “ordem”, sei muito bem com quem falei) meu pai foi transferido da Semi UTI para o quarto, apesar da minha insistente negativa sobre isto”, lembrou. Segundo a filha de Mojica, uma médica havia falado com a família antes da fatídica decisão.

 
Liz Marins Liz Vamp
t117po80i0ntsh6i om8rh9  · José Mojica Marins, José Mojica Marins Zé Do Caixão, meu pai, faleceu no dia 19/02/2020, mas, tentaram antecipar a morte dele para dia 05/02/2020.Um dia de CAOS!!! E não era ficção, foi o HORROR da realidade! Até hoje não sei o quanto mais o meu pai teria de tempo de vida se não tivesse ocorrido esta (sem exageros!) tentativa de extermínio...(Sim, é um textão, mas, o ocorrido foi gravíssimo e é essencial que as pessoas tenham conhecimento deste relato, para que possuam mais chances de se prevenirem e/ou defenderem de casos assim, como também é importante àqueles que se interessam pela vida de José Mojica Marins)É inadmissível que casos assim aconteçam, foi mais terrível do que uma TERRÍVEL NEGLIGÊNCIA. Porque eu estava lá pedindo que o socorressem, porque tinha mais duas familiares pedindo e José Mojica Marins estava morrendo em sofrimento... Tudo isto foi ignorado. O “médico” não o socorria e só tentava nos convencer a deixá-lo morrer. Desta vez foi com o meu pai, eu estava lá, tive a angustiante, tensa e dramática missão de lutar pela sua vida, apesar do “inimigo” agir covardemente, de forma traiçoeira. Eles tinham todo o aparato técnico e humano para fazer o que em “juramento” e em contrato (pois estávamos pagando o convênio médico Prevent Sênior) deveriam fazer. Lutar para preservar a vida e saúde do meu pai, deveria ser a missão dos médicos, profissionais da saúde e do hospital, como entidade de saúde. Fico pensando na perda da “chance de vida” (teoria da perda de chance de cura).Quanto esta negligência abreviou do tempo de vida do meu pai (nexo causal)?Qual foi a intensidade da TORTURA que ele sofreu durante estas intermináveis “poucas” horas??!?? Quantas pessoas não puderam lutar pelos seus entes queridos por simplesmente acreditarem no “juramento médico” de salvar vidas e, inocentemente, considerarem as palavras médicas como imutáveis verdades? Meu absoluto respeito aos médicos, assim como aos profissionais da saúde que honram a sua missão! Obrigada. Muito obrigada! Mas, o meu absoluto repúdio a pessoas que usam profissões como estas, que se comprometem diretamente com a manutenção da vida e qualidade de vida do próximo, para interesses próprios, nem que para isto valha “eliminar” o próximo... Tendo provas e sendo parte atuante no contexto do cenário dramático do que aconteceu com o meu pai, não poderia me calar! Ficar calada seria ir contra meus princípios, contra o que defendo e minha missão! E o sofrimento do meu pai, que não tem dinheiro algum que sane, não serviria ao menos de alerta a outras pessoas e não ajudaria a impedir ou, ao menos, minimizar, que fatos como este aconteçam com outros, não só com os associados da Prevent Senior,, mas, em todos os hospitais que criminosamente pratiquem atrocidades como estas.…Vamos aos fatos:Um caso gravíssimo de NEGLIGÊNCIA MÉDICA aconteceu com o meu pai, e desde os primeiros meses do ano passado, venho tentando saber quais providências o Hospital Sancta Maggiore (Paraíso), hospital que serve ao plano de saúde Prevent Senior, e empresa responsável, tomariam sobre o caso, sobre os médicos que cometeram tais atrocidades.Existem algumas angústias que vivemos, mas não compartilhamos de imediato (e às vezes, nunca) com todos.É sabido que José Mojica Marins sofreu várias internações médicas desde 2014, que começou quando eu o internei no INCOR para realizar um cateterismo, e ele, poucas horas após o cateterismo, sofreu um infarto no próprio hospital, no quarto, ao meu lado, infarto que teria sido fulminante se já não estivesse no hospital, aguardando na Semi UTI, pela angioplastia que aconteceria em dois dias.Como houve o infarto gravíssimo e na sala de cirurgia ele teve duas paradas cardíacas e felizmente conseguiu ser reanimado, mas, por conta da quantidade de contraste necessário para o procedimento, os seus rins que já funcionavam a 50% da capacidade (que era o seu normal na época), passaram a funcionar a 20%. Sendo assim, foi necessário que ele começasse a realizar hemodiálises.Foram aproximadamente cinco meses de internação no INCOR.Infelizmente, após a alta, José Mojica Marins, passou a ingerir alguns medicamentos que eram necessários para a manutenção de sua vida, mas, frequentemente, afetavam a parte cognitiva, motivo pelo qual passou a não poder dar entrevistas e realizou pouquíssimos eventos, gravações ou filmagens.Quando tinha alguma melhora, os poucos eventos dos quais participou, contavam com a minha organização e acompanhamento. Tudo tinha que ser muito bem estruturado para que pudesse propiciar a ele conforto, segurança e prazer! Para que ele nunca esquecesse da sua identidade e importância para amigos e fãs, mas, com respeito e segurança, levando em conta a sua fase atual. Os cuidados íntimos, por conta da fragilidade de sua saúde, tinham que ser enormemente multiplicados e contavam também com a vital participação de outros preciosos familiares.Amor, dedicação e cuidados por parte da família, nunca faltaram ao meu pai!Mojica começou também a frequentemente precisar de internações por motivos variados e graves e, como tinha o plano de saúde da Prevent Senior desde 2009, a partir do final de 2014, passou a utilizá-lo nestes infortúnios.Podemos dizer que do final de 2014 ao início de 2020, ele utilizou este convênio por diversas vezes. E, como normalmente era por causas graves, acabava por utilizar a U.T.I. dos hospitais do mesmo, fora o tempo de recuperação nos quartos dos hospitais da rede.Nas internações em U.T.I., estive acompanhando-o em todas, revezando os “turnos” com alguns essenciais familiares. A família sempre esteve presente e este foi um diferencial essencial para a manutenção de sua vida, assim como para a sua qualidade de vida.O que ocorreu é que no dia 05/02/2020, Mojica estava na Semi U.T.I. do Hospital Sancta Maggiore (Paraíso), com a saúde estabilizada após ter tido instabilidades durante uma sessão de hemodiálise. O estado era grave, mas com estabilidade em níveis basais, (o nível mais baixo aceitável para a manutenção da vida). Contudo, por ordem arbitrária de um dos médicos (não sei se havia outros profissionais envolvidos nesta “ordem”, sei muito bem com quem falei) meu pai foi transferido da Semi UTI para o quarto, apesar da minha insistente negativa sobre isto, pois eu estava no hospital com mais duas pessoas da família, tínhamos falado com uma outra médica anteriormente e ela tinha nos alertado sobre o frágil estado de saúde do meu pai, com estabilidade de saúde, mas em níveis basais. Como sabia disso pela boca de uma outra médica que tinha conversado conosco pouco tempo antes, fiquei indignada, junto às familiares, argumentando com o médico para não passá-lo para o quarto, pois lá ele não estaria monitorado, tampouco com a inalação de oxigênio necessária, e estaria fadado à morte.O médico insistiu na sua ordem arbitrária contra a minha vontade e MUITA insistência.Assim que ele chegou ao quarto, a primeira coisa que pedi para a auxiliar de enfermagem fazer foi medir a sua saturação, pois já percebemos que a respiração do meu pai não estava normal. Na Semi UTI estava 93%; imediatamente após o deslocamento, quando a auxiliar atendeu ao meu pedido e mediu no quarto, já estava 83%. Pedi que chamasse urgentemente a enfermeira responsável. Esta veio prontamente.A profissional mediu mais uma vez e a saturação já tinha despencado para 77%. O meu pai estava tendo a sensação de “afogamento”, sem os cuidados necessários. Os seus dedos dos pés e das mãos estavam gelados e ficando arroxeados.... Desesperador!!! Falei para ela transferi-lo imediatamente para a U.T.I., pois ele estava morrendo.Ela falou que não tinha autoridade para isto, eu falei para ela chamar emergencialmente quem tivesse que chamar, mas que meu pai não poderia morrer por alguma desumana ordem médica!A profissional chamou o “médico chefe” do setor.Este não tardou a chegar, mas, mesmo ciente da situação e de estar assistindo a saturação do meu pai despencar e a sua vida esvaindo-se, pediu para falar comigo e com as duas familiares presentes, à porta do quarto.Não entendi o que o médico queria, quando a lógica seria socorrê-lo imediatamente.Na entrada do quarto, deu-se um verdadeiro drama, onde cada segundo de argumentação significava a possibilidade de morte do meu pai! Foi desesperador!O médico chefe começou um discurso (parecido com os que já havíamos escutado de vários médicos, inclusive, da boca do médico que o transferiu da Semi U.T.I. para o quarto) de que o meu pai tinha 83 anos, comorbidades e que tínhamos que aceitar que ele precisava partir.Indignada, eu o interrompia o tempo inteiro, falando para o médico socorrê-lo, POIS O MEU PAI ESTAVA MORRENDO ENQUANTO O MÉDICO APENAS ESTAVA FALANDO!!!Eu e os demais integrantes da família, em todas as internações que meu pai passou, sempre negamos os “cuidados paliativos”, acreditávamos na força de vontade do meu pai, na superação, no físico dele acompanhando os desejos da sua alma, NO DESEJO DE VIVER QUE MOJICA SEMPRE NOS DEIXOU CLARO, e o que ele precisava naquele momento era de SOCORRO!!! Ele tinha que ser transferido IMEDIATAMENTE para a U.T.I.!!! O médico ao invés de socorrê-lo de maneira imediata, continuava a querer nos convencer a deixarmos ele morrer...COMO ASSIM???!!!????O MEU PAI QUERIA VIVER!!! Nós queríamos que ele vivesse!!! E o hospital tinha toda a estrutura para salvar a vida dele!!! A pandemia ainda não estava instalada, não havia a grave falta de leitos. Mas, o médico continuava com o seu desumano discurso tentando nos convencer a deixá-lo morrer, e ainda por cima, com “requintes de tortura”, com Mojica tendo a sensação de estar “sem oxigênio adequado”, como morreria alguém afogado ou asfixiado....Depois de falar várias e várias vezes em frente ao quarto para o médico socorrer o meu pai, pois ele queria viver, nós da família também queríamos que ele vivesse, mas, acima de tudo ELE, JOSÉ MOJICA MARINS QUERIA VIVER, tive que apelar e ameaçar acionar os meus contatos com pessoas influentes e mídia se o “médico” NÃO O SOCORRESSE e o passasse imediatamente para a U.T.I.Neste momento, o médico “cedeu” aos meus “convincentes pedidos”, que tinham a plena concordância das duas familiares que me acompanhavam. O DESESPERO já estava instalado no MEU CORPO E ALMA, mas, tinha que pensar, tinha que agir... Entretanto, novamente, o “médico chefe” ao invés de SOCORRER IMEDIATAMENTE o meu pai que na última medição já estava com a saturação caindo vertiginosamente, já com 77% , foi ainda ao posto da enfermagem para “providenciar” burocraticamente a sua transferência para a U.T.I. A lógica não seria SOCORRÊ-LO COM OXIGÊNIO ADEQUADO e depois providenciar trâmites burocráticos quando alguém está morrendo??!!?? Eu andava de um lado para o outro tal como uma leoa defendendo o “filhote”, cobrando a “ação”, mas, o médico ainda me falou:“Se você ficar aí, demorará mais tempo ainda” .... Sadismo??!!??? Ou ele estaria tentando ganhar tempo para ver se o meu pai faleceria no decorrer daqueles eternos minutos? Talvez para que de alguma forma ele cumprisse algum protocolo, combinação interna, para após dizer:“Eu não falei? Ele faleceria de qualquer forma...”Mas, após todo este sofrimento tatuado em meu ser, também sentido pelas duas preciosas familiares que vivenciaram o ocorrido, e do SOFRIMENTO NO CORPO E ALMA DO MEU PAI, ele foi transferido!!!Na U.T.I. a saturação dele que a esta altura deveria estar abaixo de 60% (não sei precisar os valores, pois, não foi aferido...) em pouco tempo, com a oxigenação adequada, aliás, foi só colocar uma máscara com oxigenação mais potente, para que a saturação dele fosse elevada para 94%. (vale dizer que nem precisou ser entubado) .Nesta madrugada a saturação dele ficou oscilando entre 92 e 96%! Fiquei com ele a madrugada toda e eu não tirava os olhos do monitor de sinais vitais...No dia 10/02/2020 fui a Ouvidoria do Hospital para relatar a má conduta dos dois médicos que cometeram tais atrocidades.Durante a internação, o meu pai teve altos e baixos. Dois dias antes do seu falecimento ele estava bem! Estava sem medicamentos fortes e pronto para começar a fisioterapia de mobilidade corporal e de deglutição, rumo à alta. Entretanto, no dia 18/02 foi acometido por uma bactéria (ou vírus?!!??) e de um dia para outro veio a óbito.Na U.T.I. do Hospital, após o fatídico dia 05/02, ele teve tratamento adequado por competentes médicos e profissionais de saúde. Os meus “turnos” eram diários, como eu era a mais resistente para acompanhá-lo nas madrugadas e ainda tinha (tenho) insônia, os meus turnos começavam a 01h da madrugada e terminavam quando, antes do entardecer, chegava outra familiar para revezar. Quando ele não estava estabilizado, muitas vezes o turno não tinha hora de término, ficávamos em duas ou até três pessoas aguardando que ele estabilizasse para conseguirmos ir para casa mais tranquilas. Mas, sempre tinha uma de nós presente com ele. Ele nunca ficava desacompanhado.Lembro que da noite do dia 18/02 em diante não saí mais daquele Hospital, emendando com trâmites burocráticos, decisões sobe velório (escolhi o caixão e as flores junto a minha irmã Meire) e enterro, depois, minha irmã foi para a casa, e eu segui rumo ao “MORGUE”,(necrotério do Hospital). Foi muito ruim, tentei me comunicar com o meu pai, mesmo com o seu corpo já frio, tentei tranquilizá-lo com toques e palavras que nem sei se ele ouvia, mas, creio que de alguma forma a sua alma sentia. Meu pai não gostava de ficar sozinho e lá não tinha nenhum “vivo”... Logo após, fui contratar e direcionar a clínica de “preparação de corpo” (lembro que “instrui” os profissionais da clínica de preparação como se estivéssemos em um filme e o meu pai estivesse apenas interpretando...) e após, presença no velório e enterro continuando a organizar, procurando providenciar ou avalizar qualquer boa ideia que viesse rumo a materializar tudo o que o meu pai dizia que gostaria que acontecesse na sua partida... Entretanto, REALMENTE, ele AINDA não queria partir. Qualquer tempo a mais nesta existência seria valioso. Mesmo com hemodiálises e diversas internações em hospitais, ele NUNCA MANIFESTOU A VONTADE DE SE ENTREGAR, foi um verdadeiro GUERREIRO!!! Preferia que o meu pai pudesse ser ressuscitado bem e saudável, e nunca tivesse sofrido esta NEGLIGÊNCIA, mas, sofreu e isto ocasionou ou contribuiu para o seu falecimento!!! Então, que eu possa transformar o seu sofrimento, e o que eu e a minha família sofremos (além dos amigos e fãs) devido a este desumano descaso, em impedimento de sofreres similares aos outros!!! Que eu possa honrar os ideais e propósitos que defendo “desde sempre”!Respeito, solidariedade, empatia, união, pertencimento, acolhimento, diversidade.... Estas palavras não podem estar só na nossa mente e coração, precisamos transformá-las em atitudes! Eu dei MAIS do que tempo suficiente para a entidade administrativa e o Hospital Sancta Maggiore (Paraíso), um dos hospitais da Prevent Senior, se manifestarem, me darem satisfações de qual conduta tomariam em relação a este fato, referente aos médicos que cometeram tais atrocidades. Não apenas não me deram feedback algum, como marcavam reuniões comigo, através de secretários(as) e assistentes que falavam comigo pessoalmente, marcavam na minha frente ao telefone a reunião com a pessoa responsável e nos dias e horários das reuniões que tinham sido agendadas, depois de horas de espera, me davam “desculpas variadas”, do porquê a diretora não tinha conseguido estar presente, através de funcionários que não tinham poder de decisão, só cumpriam ordens. Estas abomináveis condutas dos profissionais com poderes de decisão, tomaram o meu precioso tempo, afetaram bastante a minha saúde física e emocional, pois REVIVER TODA ESSA HISTÓRIA ERA E AINDA É TORTURA! Assim como, me expunham a situações constrangedoras e de risco à minha saúde e dos familiares próximos, porque me expuseram desnecessariamente por diversas vezes ao ambiente que foi considerado o “epicentro” do COVID-19 em São Paulo. Espero que o meu relato possa dar voz a mais pessoas, que incentive outros a denunciarem estas criminosas práticas, tenham elas ocorrido em quaisquer entidades, assim como evitem que tragédias do tipo aconteçam com outros seres humanos. Sobre a Prevent Senior, afirmo que por anos o meu pai foi muito bem atendido, com algumas falhas que podem ser consideradas toleráveis e acontecem em quaisquer hospitais. Constatei também a existência de ótimos, competentes, empáticos, honrados médicos, enfermeiros(as), auxiliares e profissionais da saúde, sou muito, mas MUITO GRATA MESMO a estes profissionais! Mas, também constatei a existência de médicos e profissionais que tiveram atitudes “no mínimo”, desumanas. Esta é uma ótima alternativa de convênio médico para idosos?Ou será que existe uma espécie de “corte de orçamento” e é uma boa alternativa desde que você tenha a sorte de não ser o próximo alvo?Pode não ter acontecido com quem está lendo o meu relato agora, mas, devemos esperar e arriscar o que possa acontecer, como em um jogo de eliminação?QUANDO UMA PESSOA É INTERNADA, ELA ESTÁ INDEFESA E VULNERÁVEL, MAS, ESTA PESSOA TEM HISTÓRIA, TEM NOME, E NINGUÉM TEM O DIREITO DE TRATÁ-LA DE FORMA CRUEL OU INDIGNA, COMO UM NÚMERO, MONTE DE PELE E OSSOS DESCARTÁVEIS, SEM ALMA.Eu e o meu pai criamos e encenamos “monstros na ficção”, mas, o monstruoso mesmo são os que se dizem humanos tão “normais”, mas, são “sanguessugas de plantão”.Quem poderá ser a próxima vítima? Quem poderá se tornar desinteressante para os “negócios”, para uma “entidade” e ser condenado à vala??!!??Quanto tempo o meu pai teria ficado mais conosco se não fosse a NEGLIGÊNCIA do dia 05/02/2020? Não sei... Mas, quanto vale um dia, um mês, um ano de vida de uma pessoa, principalmente, quando, apesar das adversidades, esta pessoa quer viver?Para mim...NEM TODO O DINHEIRO DO MUNDO!!!
 
Eu estava no hospital com mais duas pessoas da família, tínhamos falado com uma outra médica anteriormente e ela tinha nos alertado sobre o frágil estado de saúde do meu pai, com estabilidade de saúde, mas em níveis basais. Como sabia disso pela boca de uma outra médica que tinha conversado conosco pouco tempo antes, fiquei indignada, junto às familiares, argumentando com o médico para não passá-lo para o quarto”, relatou. De acordo com ela, a saturação de Zé do Caixão, que estava em 93% na semi-intensiva, caiu para 83% assim que chegou ao quarto. Logo depois, ela chamou a enfermeira-chefe do plantão que monitorou novamente o parâmetro e constatou uma saturação de 77%. “Sensação de afogamento”, disse a filha.
 
Ao chamar o médico e pedir que Zé fosse novamente levado à UTI, Liz teve uma resposta que a deixou em desespero. “O médico chefe começou um discurso (parecido com os que já havíamos escutado de vários médicos, inclusive, da boca do médico que o transferiu da Semi U.T.I. para o quarto) de que o meu pai tinha 83 anos, comorbidades e que tínhamos que aceitar que ele precisava partir. Indignada, eu o interrompia o tempo inteiro, falando para o médico socorrê-lo, pois o meu pai estava morrendo enquanto o médico apenas estava falando”, relata. O texto continua dando detalhes de como a família se sentiu e dos procedimentos realizados pelos dois médicos da Prevent Senior que, na visão da filha, encurtaram a vida do cineasta. Resposta e investigação Em nota enviada à imprensa, a Prevent negou que o atendimento tenha sido irregular. “Os prontuários do paciente demonstram que todos os investimentos possíveis foram realizados no tratamento do Sr. Mojica. Os detalhes dos prontuários não podem ser divulgados por razões legais, mas é possível afirmar que o paciente tinha uma série de comorbidades que agravaram seu quadro de saúde ao longo dos anos”, destaca o texto. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) também foi procurado, mas informou que só pode investigar denúncias feitas pelos canais oficiais do órgão. As denúncias da filha de Zé do Caixão se somam a uma série de acusações contra o convênio Prevent Senior.
 
Protagonista de um dos capítulos de maior repercussão da CPI da Covid, a operadora é suspeita de “eliminar” pacientes “de alto custo” durante a pandemia. O plano de saúde também está entre os campeões de reclamações na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), responsável por fiscalizar a assistência paga.
 
JG
Jéssica Gotlib Fonte 

Correio Braziliense

 

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