(crédito: Roque de Sá/Agência Senado
Ministro também determinou extradição do bolsonarista, que está nos Estados Unidos com o visto de permanência vencido. STF também solicitou o bloqueio de todas as redes do homem, que é acusado de participar de milícia digital
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a prisão preventiva do blogueiro Allan dos Santos e acionou o Ministério da Justiça para iniciar o processo de extradição do bolsonarista. Com o visto vencido, Allan está nos Estados Unidos.
Moraes ainda ordenou que a Polícia Federal inclua o mandado de prisão na lista da Difusão Vermelha da Interpol e acionou a embaixada americana.
A decisão do magistrado atende a um pedido da Polícia Federal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a prisão. Segundo a PF, o blogueiro, “a pretexto de atuar como jornalista”, assumiu a condição de um dos organizadores de um movimento responsável por ataques à Constituição, aos Poderes de Estado e à Democracia.
A suspeita é de que essas ações podem ter sido financiadas com recursos públicos a partir de sua interlocução com a família Bolsonaro e parlamentares alinhados ao governo.
Redes bloqueadas
Moraes determinou ainda que sejam bloqueadas todas as redes sociais vinculadas a Allan dos Santos e ainda suas contas bancárias. Ele também não poderá receber recursos das redes sociais por produção de conteúdo. O STF autorizou as quebras do sigilo sobre as transações financeiras e dos dados de mensagens e e-mails desde janeiro de 2020, como solicitado pela PGR.
Para os investigadores, o alto volume de doações recebidas pelo blogueiro em seus multicanais é suspeito. Há registro de repasses de diversos servidores públicos, sendo que um deles fez transferências de R$ 40 mil.
Bolsonarista é investigado no Supremo em dois inquéritos: o que apura a divulgação de fake news e ataques a integrantes da Corte e também no que identificou a atuação de uma milícia digital que trabalha contra a democracia e as instituições no país.
Luana Patriolino
Fonte Correio Braziliense