(crédito: Alex Carvalho/TV Globo)
Morreu na madrugada desta sexta-feira (3/9) o ator Sérgio Mamberti. Grande nome do nosso teatro e da televisão, Mamberti estava internado em São Paulo desde sábado, com problemas renais e uma infecção nos pulmões. Ele não resistiu a uma falência múltipla dos órgãos. Mamberti era pai do ator Duda Mamberti, do produtor Carlos Mamberti e do diretor Fabrício Mamberti, numa família dedicada à arte.
A carreira de Mamberti foi pautada por agradar a diversas gerações, com papéis que foram do mordomo Eugênio de Vale tudo (1988) ao Dr. Victor de Castelo Rá Tim Bum, entre 1994 e 1997, passando pelo recente Matheus, da série 3% (2016). A última novela de Mamberti foi Sol nascente, em 2016. Mas este ano ele pôde ser visto como o vilão nazista Dionísio de Flor do Caribe, um dos melhores papéis dele na telinha.
Nos palcos, Sérgio Mamberti trilou um caminho que passou por grandes autores, como Halrold Pinter (O inoportuno, em 1964), Plínio Marcos (Navalha na carne, em 1968), William Shakespeare (Hamlet, em 1984) e Molière (Tartufo, em 1985). Com O balcão, de Jean Genet, ele recebeu o prêmio Molière, o mais importante do país, em 1975. A despedida dos palcos foi com O ovo de ouro, de Luccas Papp, sob a direção de Ricardo Grasson.
Fora dos palcos, Mamberti foi uma importante voz pela cultura brasileira, sempre defendendo a importância da cultura para o desenvolvimento de um país. Filiado ao PT, Mamberti foi secretário de Música e Artes Cênicas, secretário da Identidade e da Diversidade Cultural, Presidente da Funarte e Secretário de políticas culturais - todos durante os mandados de Lula à frente da presidência da República.
Recentemente, na autobiografia Sérgio Mamberti: Senhor do meu tempo, relembrou a carreira e a luta política e revelou-se bissexual, falando abertamente sobre a relação de 37 anos com Ednardo Torquarto.
Correio Braziliense